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Sol

Tenho para mim

que quem inventa uma coisa devia usar o que inventou durante uns tempos

quem inventou a forca devia ser enforcado diariamente durante um mês ou dois

quem inventou a forma de ouvir rádio na Vodafone, devia ter que experimentar a coisa pelo menos uma vez

acho que isto ia resolver muitos problemaas

como dizem em francês taste his own medecine

ou como dizia o descartes um homem não é um vaso

ou o passos coelho birds of a feather flock together

Tudo mentira.
quase

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Heathrow

Muito além, depois das casas, o último
marinheiro continua sentado.
Os seus cabelos são brancos, pouco a pouco.

Aqui, tudo se resume a algumas tâmaras que
secaram ao sol,
longe do orvalho,
das fontes que pareciam nascer de um olhar
turvo sobre a sede da terra.

Lembro-me sempre de ti.

Andrew Salgado

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A desinvenção do amor

O Daniel Filipe é conhecido por ter inventado o amor numa qualquer esquina da cidade. Mas não é só isso.
Nem basta, por mais que seja.

Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado,
acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor.
Parto amanhã.

Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo
doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera.

Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta nos contornos
a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.

Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria
e apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.

Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as
etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.

Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante,
entre ruídos de música e interferências aladas.

Não basta ser feliz.

Não basta a Primavera.

Não basta a solidão.

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A queridinha das televisões

Tenho este email pendurado numa página aberta no browser do servidor há vários dias. Como tenho que o reiniciar e isto convém relembrar de vez em quando, vou guardar por aqui.

É um email da parva da clinton (não, a queridinha não é a cristina 🙂 que explica a razão de haver 500000 sírios mortos e 6 milhões a fugir disto

siria

O email está aqui e percebe-se um pouco a irritação com o wikileaks. Assim não se pode ter ‘opiniões privadas”.

Excertos:
The best way to help Israel deal with Iran’s growing nuclear capability is to help the people of Syria overthrow the regime of Bashar Assad. Negotiations to limit Iran’s nuclear program will not solve Israel’s security dilemma.

It is the strategic relationship between Iran and the regime of Bashar Assad in Syria that makes it possible for Iran to undermine Israel’s security. The end of the Assad regime would end this dangerous alliance. Israel’s leadership understands well why defeating Assad is now in its interests.

Bringing down Assad would not only be a massive boon to Israel’s security, it would also ease Israel’s understandable fear of losing its nuclear monopoly.

With Assad gone, and Iran no longer able to threaten Israel through its, proxies, it is possible that the United States and Israel can agree on red lines for when Iran’s program has crossed an unacceptable threshold.

With his life and his family at risk, only the threat or use of force will change the Syrian dictator Bashar Assad’s mind.

Libya was an easier case.

Some argue that U.S. involvement risks a wider war with Russia. But the Kosovo example shows otherwise.

As long as Washington’s political leaders stay firm that no U.S. ground troops will be deployed, as they did in both Kosovo and Libya, the costs to the United States will be limited. Victory may not come quickly or easily, but it will come. And the payoff will be substantial. Iran would be strategically isolated, unable to exert its influence in the Middle East.

The resulting regime in Syria will see the United States as a friend.

clinton

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Zécristo na minha despedida para terras australianas

SEDE PROVISÓRIA DO IMPÉRIO ATEU, SANTA MARGARIDA

Minhas Queridas Senhoras, meus Excelentíssimos senhores, outros indivíduos dificilmente englobáveis nos dois referidos grupos, queremos desta singélica maneira, através deste simples discurso, oscular a Nossa mais basculante admiração pela personalidade genuinamente hermenêutica desta figura ímpar de quem hoje nos despedimos concomitantemente.

De facto, possuindo uma enorme penetrância nas mais variadas áreas, nem por isso deixou de servir O Império com a maior codícia e determinação sem ceder às intermitências que tentam fazer optarivar os mais lídimos Seguidores d’o Caminho.

Senhor de um refínadissimo sentido das reais concupiscências, sempre soube usar dessa qualidade entre qualidades do modo mais superfluamente encomiástico para O Nosso Bem Oscilado Império.

É pois justo concluder este curto mas viscoso discurso propedêutico, com A Nossa anímica resolução de indubitavelmente nomear o bombeado desta noite como:

– Primo: Cavaleiro de Zécristo…

– Secundo: Embaixador Ateu na Austrália…

Sem mais efusões nos subscrevemos
Zécristo, O Messias Dos Ateus, Profeta Dos Profetas, Alarve-Mor, Senhor & Criador Mental Do Universo, Supra Sumo Sacerdote Da Natureza, Protector De Todos Os Seres, Guardião Do Incontável & Impraticável, Ente Máximo & Inatingível, Terror & Delícia Do Cosmos, Mestre Da Ciência, Motor De Todos Os Fenómenos, Supervisor De Todos Os Processos, Habitante Do Todo, Mutante Imutável…

Imperador Ateu

(este draft merece ser publicado no dia hoje, razão publica: não é meu, razão verdadeira: sou osculado)

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Zygmunt Bauman

P. As redes sociais mudaram a forma como as pessoas protestam e a exigência de transparência. Você é um céptico sobre esse “activismo de sofá” e ressalta que a Internet também nos entorpece com entretenimento barato. Em vez de um instrumento revolucionário, como alguns pensam, as redes sociais são o novo ópio do povo?

R. A questão da identidade foi transformada de algo preestabelecido em uma tarefa: você tem que criar a sua própria comunidade. Mas não se cria uma comunidade, você tem uma ou não; o que as redes sociais podem gerar é um substituto. A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você.

É possível adicionar e remover amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e remover amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interacção razoável.

Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo. O papa Francisco, que é um grande homem, ao ser eleito, deu sua primeira entrevista a Eugenio Scalfari, um jornalista italiano que é um ateu auto-proclamado. Foi um sinal:

o diálogo real não é falar com gente que pensa igual a você. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que vêem são os reflexos de suas próprias caras.

As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazenteiros, mas são uma armadilha.

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Aqui está-se para lá das mangas

está-se nos sorrisos e nos dedos

cheira bem
cheira a tardes de domingo com sol. cheira a felicidade.

sol

Escrevi isto só para mim, no dia 19 de Janeiro de 2009.

Olhei para o calendário, comparei os dois dias, esse e hoje. Em ambos um quadrado igual.
Num o número 11, e no outro o 19. Não me pareceu significante.

Olhando para mim, na medida em que as fotografias que guardo me dizem, também estou mais ou menos na mesma.

Se aquele dia é um dia como hoje, e se aquele é um eu como eu, como raio é que hoje não sou o mesmo?

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