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fugaz

Tim HardinIt will never happen again

 

como é breve a boca, de lábio a lábio

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Quadro

fiquei só com uma gaivota,

deixou no terraço da parede
à minha frente
nada

 

 

Xutos & PontapésPequenina
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Escritas ao deitar

vem a noite pela língua
abismo de júpiter

a rosa

 

 

acordas

olhas-me
olho-te

é tudo

 

 

quantas maneiras há para escavar o teu nome no silêncio?

 

 

como é breve a boca, de lábio a lábio

 

 

a luz contribui para a confusão. durmo

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Zécristo na minha despedida para terras australianas

SEDE PROVISÓRIA DO IMPÉRIO ATEU, SANTA MARGARIDA

Minhas Queridas Senhoras, meus Excelentíssimos senhores, outros indivíduos dificilmente englobáveis nos dois referidos grupos, queremos desta singélica maneira, através deste simples discurso, oscular a Nossa mais basculante admiração pela personalidade genuinamente hermenêutica desta figura ímpar de quem hoje nos despedimos concomitantemente.

De facto, possuindo uma enorme penetrância nas mais variadas áreas, nem por isso deixou de servir O Império com a maior codícia e determinação sem ceder às intermitências que tentam fazer optarivar os mais lídimos Seguidores d'o Caminho.

Senhor de um refínadissimo sentido das reais concupiscências, sempre soube usar dessa qualidade entre qualidades do modo mais superfluamente encomiástico para O Nosso Bem Oscilado Império.

É pois justo concluder este curto mas viscoso discurso propedêutico, com A Nossa anímica resolução de indubitavelmente nomear o bombeado desta noite como:

- Primo: Cavaleiro de Zécristo...

- Secundo: Embaixador Ateu na Austrália...

Sem mais efusões nos subscrevemos
Zécristo, O Messias Dos Ateus, Profeta Dos Profetas, Alarve-Mor, Senhor & Criador Mental Do Universo, Supra Sumo Sacerdote Da Natureza, Protector De Todos Os Seres, Guardião Do Incontável & Impraticável, Ente Máximo & Inatingível, Terror & Delícia Do Cosmos, Mestre Da Ciência, Motor De Todos Os Fenómenos, Supervisor De Todos Os Processos, Habitante Do Todo, Mutante Imutável...

Imperador Ateu

(este draft merece ser publicado no dia hoje, razão publica: não é meu, razão verdadeira: sou osculado)

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Diário sem nada de especial de um dia qualquer

Não suporto que amanhã seja mais um dia. Que hoje seja um prolongamento de agora.

Vou-me abandonar à minha sorte. Acreditar no que não creio.

Vejo uma senhora de moral alevantada por oposição às tetas abandonadas

Grande é a embarcação que se dá a navegar. (Obrigado pelo barco...)

Quais os pés mais bonitos? Os atrofiados pelos sapatos ou os marcados pelo chão?

No actual contexto sócio-económico, a taxa de amizade está muito abaixo dos valores normalmente considerados satisfatórios.

Vou dizer um lugar comum. A vida é uma espiral. Tudo se repete, só que num ponto diferente.

Escrevo com o pão que comi numa garrafa partida: A Humanidade está com hemorróidas.

Se o pensamento é o meu rio, a consciência é o seu dique.

Vontade: Mosaico de anéis e pregos.

Detesto gente cuja linguagem é a do deve e do haver. Em que a vida se alinha pelas colunas do débito e do crédito. Com cinco casas decimais.

Dançando no orvalho do tempo. Estátuas perdidas.

Ouvido na barbearia: "Doer às vezes é coisa boa. É sinal de que se vive."

As máquinas não morrem e se morressem tornar-se-iam humanas. O maquinismo e a tecnologia é a busca da ilusão da imortalidade.

Desde que comprei o relógio que ando atrasado.

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