Não há o pobre dum partido que prometa sol o ano todo, ó tristeza franciscana, ó falta de invaginação
vieira volta, mi gustas
A auto-gratificação de todo um povo, isso sim. E aulas de anatomia em braille.
Podem dizer, ah e tal o gajo está a brincar. Os costas os rios as catarinas, antes de adormecer pensam nas porcarias que disseram ao longo dia para passar à frente dos outros, e no que no que vão ter que dizer amanhã. Os vieiras pensam: Foi giro. As escolhas são livres de influencias, de condicionamentos de preconceitos? As minhas não são. E defendo as uniões de facto a partir das três horas.
No peito uma dor que entope a fala e que a pede. Uma dor inexplicável e insolúvel que brota águas e uivos lancinantes e não para e nada para. A dor dos desastres recorrentes. A dor que já não sei se é de ti, se de mim, se de tudo ou de tanto nada. A dor que quero curar e nada cura. Como queria quem me ensinasse o mundo.
Porque me lembrei disto agora que estou contente, e vá lá feliz? Pergunta parva, não me vou chatear muito com ela.
E que a Clara também se tenha deixado de preocupar com essas merdas de perceber o mundo.
O truque é desperceber e brincar na confusão da areia. E por mais porcarias que nos estejam a chatear o juízo, há isto
Mas também sei que dizer isto aqui sentadinho a ouvir boa musica depois de almoçar bem, é fácil.
Durante anos cheguei a casa ás 2 da manhã e ás 7 estava no comboio de volta.
E conheço quem ás 7 da manhã dum dia chuvoso de inverno esteja na paragem com o filho ao colo para o levar à creche, antes de ir trabalhar.
Sei perfeitamente que estou armado em cagão sobre a importância de apreciar o que há de bom em cada dia,
porque apesar de todas as porcarias que tenho que enfrentar (e são muitas) tenho uma boa vida.
Ah e tal e quem tem uma vida realmente difícil?
Falem com a malta que acha que este sistema é muito bonito, e que a culpa é minha por não ir de 4 em 4 anos rabiscar um papelinho a dar carta branca aos que nos vão foder nos próximos 4.
É que nem me levam a jantar antes, nem me telefonam depois. Assim não.
Como raio é que vim parar à politica? Porra para isto.
Adenda para uma coisa bonita 🙂 lido agorinha mesmo
Pessoas que se beijavam sem se amar, e se falavam sem dizer nada
xiça, está muito bem escrito mas como não me apercebi que é deprimente comó caraças? 🙂
Há coisas do carago, juro pelas minhas alminhas que estou mesmo muito bem disposto,
e um gajo relendo o que acabo de escrever, são só barbaridades de cortar os pulsos 😀
ainda acreditava que todos os dias amanheciam. e eram meus.
havia uma espuma e um mar em cada coisa. percorria-nos o sol.
na erva fazíamos um pequeno mundo imenso. plantávamos flores para oferecer ao escriturário do 4º esquerdo. crescíamos e riamos deitados no chão da escada, imundos e nus.
Gosto imenso de observar o comportamento humano. É engraçado.
E este Dan Ariely ajuda-me muito.
A segunda opção é estúpida. A terceira é o mesmo preço, e inclui o acesso online.
É claro que as pessoas não são estúpidas e por isso ninguém subscreveu essa opção.
E o que acontece ao retirar a opção desnecessária? As opções das pessoas mudam, e a maioria passou a escolher a primeira opção.
Outro exemplo. Entre um fim de semana em Paris ou Roma com todas as despesas pagas, parte escolhe Paris, parte escolhe Roma.
Agora se a escolha for um fim de semana em Paris ou Roma com todas as despesas pagas e um fim de semana em Roma com todas as despesas pagas excepto 5 euros que tem que se pagar pelo café.
A introdução duma opção desagradável, faz com com que a opção de Roma sem o pagamento dos 5 euros se torne mais apelativa, e a percentagem de pessoas que escolhe Roma sem pagar os 5 euros aumenta.
Ou seja não é difícil alterar as nossas escolhas manipulando a forma de apresentação das opções. E quem sabe disso tem uma tentação enorme de nos querer transformar em marionetas.
Para que as pessoas escolham a opção A, põe-se ao lado uma versão pior do A. De repente a versão original parece melhor do que era antes. Isto resulta muito bem em eleições, votar no A porque o B é pior 🙂
Isto levanta outra questão. Que é a dificuldade que temos de pensar em termos absolutos. A gente relativiza, é melhor, é pior, escolhemos com base no que podemos ganhar ou perder. Os assinantes do Economist escolhiam a terceira opção não por ser boa, mas por ser melhor que a segunda.
Essa é outra das nossas irracionalidades e da razão de fazermos más escolhas.
Por isso gosto dos sem terra, dos sem rumo e dos enamorados
é a única forma de sermos inevitavelmente absolutos