Tabus
Ouvido na mesa ao lado:
Não bebe, não fuma, não… não…
Quem não se move não sente as correntes que o prendem

When I yearn tenho devaneios a cinquenta moléculas por segundo
Num momento estou a calcular o que será a minha reforma quando lá chegar,
no outro a partir a louça toda como se não houvesse amanhã.
Tenho a lembrança duma musica da Maria Bethânia (acho) que não encontro. A letra dizia uma coisa do género, gosto de um pelas suas qualidades, e gosto do outro pela falta dessas mesmas qualidades.
Compreendo e sinto bem isso. Gosto do negro por ser tão negro. E do branco por ser tão branco.
Mas então porquê toda esta inquietação e insatisfação?
Tomei nota no telemóvel: More De crianca eus.
Mas que porra?
Estes dias estive a rever os stand-ups do Jim Jefferies. Não é tão bom como o George Carlin, mas há ali algo em comum. O que o George Carlin dizia não é comédia, é muito sério. Eu rio-me como me rio quando me dizem algo que me deixa desconcertado e sem saber o que fazer. A melhor defesa perante o inesperado é rir. Isso é o que o George Carlin fazia. E o Jim, em menor escala, também faz. Descobrir-nos a careca, dizer aquilo que não se diz. E a gente á falta de melhor reacção, ri-se.