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E as vozes embarcam num silêncio aflito

Que amor não me engana
Com a sua brandura

Se da antiga chama
Mal vive a amargura
Duma mancha negra
Duma pedra fria

Que amor não se entrega
Na noite vazia?

E as vozes embarcam
Num silêncio aflito

Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito

Muito à flor das águas
Noite marinheira

Vem devagarinho
Para a minha beira
Em novas coutadas
Junta de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera
Assim tu souberas
Irmã cotovia
Dizer-me se esperas
Pelo nascer do dia

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Heathrow

Muito além, depois das casas, o último
marinheiro continua sentado.
Os seus cabelos são brancos, pouco a pouco.

Aqui, tudo se resume a algumas tâmaras que
secaram ao sol,
longe do orvalho,
das fontes que pareciam nascer de um olhar
turvo sobre a sede da terra.

Lembro-me sempre de ti.

Andrew Salgado

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Uma colher cheia de brometo ajuda a descer a pulsação

Para rematar um doce. Perdão, uma tosta mista.
Estes são os mistérios da natureza, porque é que gosto tanto desta música, e não de outras
Porque é que sinto o que sinto quando a ouço, que reacções físico-químicas acontecem na minha cabeça?
E porque acontece comigo e não com outros? Onde anda a ciência quando a gente precisa dela?
Sei que rumo esta conversa iria levar, vou mas é trabalhar
rima e é verdade

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Sou ponderadamente de extremos

Penso muito no que disse e na forma como chegará aos outros. Ainda bem que infelizmente o faço.
Por vezes resulta em apagar o que acabei de escrever.

Admiro a sensatez dos sensatos e a imprudência dos imprudentes. Gosto da cautela e da loucura.
E agora? Apago tudo ou não?

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