Nota mental
Há mais que um caminho para o céu
Há mais que um caminho para o céu
Ikigai é a busca e realização do propósito de vida, onde paixão, missão, vocação e profissão se encontram. É encontrar significado naquilo que fazemos, vivendo uma vida alinhada com nossos valores e objetivos.
Wabi-sabi é uma estética que celebra a beleza encontrada na imperfeição, simplicidade e transitoriedade das coisas. É a apreciação do que é modesto, humilde e envelhecido, valorizando as marcas do tempo e os detalhes singulares que tornam algo único. Ao integrar o Wabi-sabi em nossas vidas, aprendemos a aceitar a natureza efêmera das coisas e a encontrar alegria na simplicidade.
Yuugen expressa a ideia de profundidade e mistério, sugerindo que há algo mais nas experiências e na vida do que podemos perceber imediatamente. Envolve a apreciação do incompreensível, reconhecendo que nem tudo precisa ser explicado ou compreendido racionalmente. Incorporar o Yuugen em nossas vidas nos convida a abraçar o mistério, a beleza oculta e a complexidade que existe em todos os aspectos da existência. Ao fazer isso, abrimos espaço para uma apreciação mais profunda e uma conexão mais rica com o mundo ao nosso redor.
Iki representa um senso de estilo e elegância despretensioso. É a capacidade de apreciar a sofisticação sem exibicionismo, valorizando a modéstia e a beleza encontrada na simplicidade. Iki envolve uma atitude refinada e um modo de vida que equilibra o refinado com o discreto.
Ma refere-se ao espaço e intervalo entre elementos. É a consciência do vazio que dá forma ao cheio, a pausa que dá significado ao som. Ma destaca a importância de reconhecer e apreciar o espaço, permitindo que ele contribua para a totalidade da experiência.
Oubaitori é a representação e o lembrete de que somos todos únicos, como flores distintas em um jardim. Essa filosofia nos ensina a não nos compararmos com o próximo justamente porque somos diferentes, cada qual com seu jeito especial, seu próprio tempo de brilhar e seu próprio espaço no mundo.
Não é o novo nome que o torna diferente ou mais perigoso
é a falta de espírito crítico
Excertos de cartas enviadas aos 71 anos por Marcelo Caetano exilado no Brasil, a Maria Helena Prieto.
Ele: “De há uns tempos para cá me sinto às vezes leve como um passarinho. Não se pode dizer nada disto a ninguém porque todos achariam ridículo. E se calhar é mesmo.”
Ele: “Agora só ambicionava poder reformar-me para borboletear por um assunto ou outro ao sabor da oportunidade ou da fantasia. Ai de mim.”
Ele: “Estamos brincando com o fogo… com aquele fogo que arde sem se ver… estamos brincando com a água do oceano que nos separa”
Ele: “Penso em ti todos os dias e contigo converso dia e noite como um fala-só”
Ele: “Enquanto pudermos gozar o momento que passa
E vibrar porque chegou a carta ansiosamente esperada
E lê-la com voracidade e emoção
E relê-la uma e mais vezes
Com o entusiasmo de uma adolescência renascida”
Ela: “Lembrei-me que era mulher de carne e osso: em homenagem ao puritanismo, numa hora de brutal estupidez, assassinei o milagre”
Ela: “Estupidez assassina a minha! Nunca mais tornaria a receber as cartas maravilhosas que me escrevias com entusiasmo juvenil: com a graça, a naturalidade, o abandono da confiança!”
Ele: “É curioso como se inverteram situações. Lembro-me de, em tempos, me dizeres que temias um encontro, receosa de que eu tivesse uma decepção a teu respeito. Hoje quem teme a visão ‘face a face’ sou eu. Sou eu que nas tuas cartas me vejo sobrevalorizado e idealizado, e tenho medo que a realidade choque. Esta vida de reformado que levo, com pouca atividade social e o trabalho que eu próprio invento para encher o ócio, fez-me perder muito do desembaraço antigo e a autoconfiança.”
Ela: “É difícil conformar-me: mas que remédio? Amar-te já não gera tragédia”
Ele: “Ao recebê-la aqui no Rio, fi-lo com o maior prazer, mas procurando sempre evitar qualquer manifestação de ternura que desse lugar a algum equívoco ou pudesse alimentá-lo. Não me foi difícil porque, como disse, durante esta ano envelheci.”
No dia seguinte a esta última carta, ele morreu.
o meu rio, a minha cidade e a minha música
caraças, fiquei de alma cheia
não é por acaso que se diz música ao vivo, comparativamente qualquer reprodução é música desvanecida