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deu-me para as memórias

e fui buscar os primordios destas coisas do blogues.
11 de Janeiro de 2006, chamava-se na altura Escrito na areia

Acertei algumas “escrevo para me ouvir e eventualmente me recordar” aqui estou a recordar-me 15 anos atrás!

errei noutras “nunca criei um blog porque para tal é preciso paciência e persistência. Não tenho nem uma coisa nem outra em quantidade suficiente”

outras continuo a praticar fervorosamente: “Ao beber nunca esquecer de aplicar firmemente os lábios na borda do copo”

e que no dia 9 de janeiro falava da luz do café onde não há música
do metro cheio de escuridão e de noites, que engole contabilistas como relógios enferrujados
afundar-me no escuro metro com uma criadinha a jorrar lírios cortados de café e música
trocar os dedos por línguas sedentas de bocas

morrer e voltar num dia claro

 

e ri-me bem ao remexer num dia em que estive a remexer em mails
/estive-remexer-em-mails//#respond

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vi um gajo a coçar as costas com uma enxada

 

 

ao sol

 

VitorinoÒ patrão dê-me um cigarro

 

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Aceitas porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as nações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócio do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

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