Acabei de saber que em 2020 nas escolas portuguesas se ensina que os homossexuais têm um defeito genético.
E eu a pensar que a visão dos homossexuais como pessoas que têm que ser curadas da sua doença era coisa do passado.
Morreu Quino, por quem tenho tal admiração que devo fazer uma homenagem do tamanho da sua humanidade.
Vou fazê-la também pelo prazer que sei que me vai dar.
Só sinto nostalgia e saudade de coisas boas.
A nostalgia traz-me à memória o que me faz sorrir, ou outro tipo de ‘sentimentos’ 😉 mas todos bons.
Como raio a definição de nostalgia é: abatimento, melancolia, pesar, saudade, tristeza, banzo, vazio.
Às tantas não é nostalgia o que sinto. Como não tenho tempo nem interesse de ir à procura da palavra certa, fico-me só com o sentimento.
Não tenho saudades de usar gravata. Muito pelo contrário.
Tenho uma certa nostalgia de chegar ao carro e pendurar a gravata no retrovisor.
Isto a propósito de ter visto um retrovisor de máscara.
A gente não quer que ele se constipe, não é?
Vinha eu dizer que era tempo de pôr por escrito mais um direito humano
o de dar e receber carinho, aconchego, afago, cafuné, carícia, mimo.
Mas cometi o erro de antes dar uma vista de olhos à convenção de genebra.
Estou eu a aqui a divagar nas águas furtadas e nem rés do chão temos.
Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.
https://www.imdb.com/title/tt8359842
E num único dia o Barry Schwartz demonstra que mais é menos, e o Elia Suleiman prova que menos pode ser mais.
O homem não fala nem precisa.
O que mate 1 pessoa todos os dias, dia após dia, não é noticia.
O que mate uma única vez 50 pessoas, é capa de jornal e tema de redes sociais durante 15 dias.
Uma pessoa que pode escolher entre dez alternativas é mais livre do que a pessoa a quem só apresentam duas, certo?
Errado.
Muitas opções geram paralisia em vez de libertação. A dificuldade de escolher entre tantas opções faz-nos hesitar e consome tempo. Dantes havia iogurtes naturais, de aromas e de pedaços. Pegava no de pedaços e seguia para a caixa. Agora há tantos tipos diferentes que nem sei o que escolher.
A escolha final é sempre menos satisfatória. Quando pegava na única variedade de pedaços ia para a caixa despreocupado, tinha o iogurte que queria. Agora vou com o pensamento que talvez tenha escolhido mal e havia lá outro que era melhor.