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Sol

 

A noite passada acordei com o teu beijo
Descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo

 

Chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
Olhei para baixo dormias lá no fundo
Faltou-me o pé senti que me afundava
Por entre as algas teu cabelo boiava
A lua cheia escureceu nas águas
E então falámos
E então dissemos
Aqui vivemos muitos anos

 

A noite passada um paredão ruiu
Pela fresta aberta o meu peito fugiu
Estavas do outro lado a tricotar janelas
Vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
Cheguei-me a ti disse baixinho: “Olá!”

 

O sol inteiro caiu entre os montes
E então olhaste
Depois sorriste
Disseste: “Ainda bem que voltaste!”

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São Sebastião

São Sebastião foi um soldado romano condenado à morte como traidor por ser brando para com os cristãos, executado com flechas e atirado ao rio.

Foi encontrado ainda vivo por Santa Irene que lhe tratou das feridas e o salvou.

 

 

Foi graças a esta recuperação milagrosa que São Sebastião pôde ser espancado até à morte e atirado para o esgoto de Roma.

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Sabes o que custa calar
o que não se consegue calar
conter o incontível.

Estranho mundo este
onde os olhos rolam pelo chão
e os amores desmaiam de cálculo
A loucura apodrece
e cheira mal

Porra!
que os sonhos aconteçam
que o furor fresco da manhã
tenha lugar

Sol deus maior
que os corações expludam
e braços se encontrem
que a vida seja vida e não apenas morte

Álcool deus menor
leva-me lá para longe
leva-me e esquece-me
eu não estou
não existo.

(escrito em 10 minutos na autoestrada por alturas de palmela, simples e rápido)

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tenho como adquirido que temos dificuldade de pensar em termos absolutos,
vemos tudo em contexto, nada vale por si, mas sim por ser pior ou melhor que outra coisa

é um truque que se usa, se algo parece mau, pensa-se em algo pior
e a coisa, sendo a mesma, torna-se melhor

mas isto tem um lado pernicioso,
o pico que se ambiciona, é fugaz.
e depois do pico tudo parece menor, e gera insatisfação

natural que o homem seja por natureza insatisfeito e inquieto

e isto liga-se de alguma forma a algo que li ontem
só se perde aquilo que se agarra

e do mesmo modo como quero aprender a ver pelo valor das coisas em si, quero aprender a deixar ir
tudo vai e vem, isso da posse não existe,
não somos donos de nada, só pensamos que somos

e cito:
‘Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Nao perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.’

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Sibylle BaierThe end

Em 1970 uma mulher gravou em casa algumas músicas.
35 anos depois o filho resolveu pegar nessas fitas para oferecer um disco aos amigos e familia. Esse disco acabou editado.

É isto.

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Uma música minha

Quando era puto tinha uma rotina de verão.

Em tróia até entardecer no ferry de volta para setúbal.

Subir a ladeira das fontainhas de costas ou à corrida.

Chegar a casa, beber do pacote de leite do frigorífico.

Tomar duche e ir para os claustros do convento, onde todos os anos havia um ciclo de cinema, aproveitando a bancada do festival de teatro.

Num desses dias enquanto bebia o leite ao pôr do sol, passou na rádio uma coisa linda, a primeira vez que ouvi o Jan Garbarek.

Keith Jarret, Jan GarbarekMy song

Num desses dias, no intervalo do filme, tocou esta música.

Fiquei maravilhado. Parecia que falavam, o piano e o saxofone.

Foi dificil descobrir que musica era, nos tempos pré-soundhound. Corri as discotecas todas a perguntar.
"é uma música com um piano e saxofone à conversa". E descobri.

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