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Dessa história do ‘partilhar’

Na sexta feira passei por um grupinho um bocado enfastiado à espera da policia para lhes desbloquear o carro.
Sei que não é politicamente correcto, e que fica mal rir-me, mas senti uma satisfação interior, tipo: uff, não sou eu.

Pouco depois tomei uma decisão. O meu próximo carro vai ser roxo. Procurar um carro cinza prata num parque de estacionamento é o mesmo que procurar uma tenda parda no campismo dum festival de verão.

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A desinvenção do amor

O Daniel Filipe é conhecido por ter inventado o amor numa qualquer esquina da cidade. Mas não é só isso.
Nem basta, por mais que seja.

Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado,
acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor.
Parto amanhã.

Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo
doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera.

Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta nos contornos
a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.

Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria
e apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.

Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as
etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.

Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante,
entre ruídos de música e interferências aladas.

Não basta ser feliz.

Não basta a Primavera.

Não basta a solidão.

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A queridinha das televisões

Tenho este email pendurado numa página aberta no browser do servidor há vários dias. Como tenho que o reiniciar e isto convém relembrar de vez em quando, vou guardar por aqui.

É um email da parva da clinton (não, a queridinha não é a cristina 🙂 que explica a razão de haver 500000 sírios mortos e 6 milhões a fugir disto

siria

O email está aqui e percebe-se um pouco a irritação com o wikileaks. Assim não se pode ter ‘opiniões privadas”.

Excertos:
The best way to help Israel deal with Iran’s growing nuclear capability is to help the people of Syria overthrow the regime of Bashar Assad. Negotiations to limit Iran’s nuclear program will not solve Israel’s security dilemma.

It is the strategic relationship between Iran and the regime of Bashar Assad in Syria that makes it possible for Iran to undermine Israel’s security. The end of the Assad regime would end this dangerous alliance. Israel’s leadership understands well why defeating Assad is now in its interests.

Bringing down Assad would not only be a massive boon to Israel’s security, it would also ease Israel’s understandable fear of losing its nuclear monopoly.

With Assad gone, and Iran no longer able to threaten Israel through its, proxies, it is possible that the United States and Israel can agree on red lines for when Iran’s program has crossed an unacceptable threshold.

With his life and his family at risk, only the threat or use of force will change the Syrian dictator Bashar Assad’s mind.

Libya was an easier case.

Some argue that U.S. involvement risks a wider war with Russia. But the Kosovo example shows otherwise.

As long as Washington’s political leaders stay firm that no U.S. ground troops will be deployed, as they did in both Kosovo and Libya, the costs to the United States will be limited. Victory may not come quickly or easily, but it will come. And the payoff will be substantial. Iran would be strategically isolated, unable to exert its influence in the Middle East.

The resulting regime in Syria will see the United States as a friend.

clinton

Christine Chubbuck

‘In keeping with Channel 40’s policy of bringing you the latest in blood and guts and in living colour, you are going to see another first – an attempted suicide.’

christine_chubbuck

A parte do attempted não é verdade.

Graças a Deus e a isto ter sido em 1974, o video não existe.

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Diz-se

que liberdade é poder escolher o que se quer
e que quantas mais opções temos, mais livres somos.

Há 10 estradas.
O jaquim pode escolher a que quiser das 10.
O manel pode escolher a que quiser de uma, a do meio.

Se for assim, quanto mais dinheiro e poder se tem, mais livre se é.
O país onde nascemos não é livre para todos. Uns nascem livres, outros escravos, outros assim-assim.

Mas quando se pergunta ás pessoas o que querem na vida, ouve-se muito ‘felicidade’
Muito mais do que se ouve pedir liberdade. E não são a mesma coisa.
Liberdade não é condição necessária para se ser feliz.

Pedaços do que estou a ver (‘Human’), enquanto escrevo isto:
Quando compras algo, não compras com moedas, compras com tempo da tua vida. Trocas por vida.


O que um aborígene australiano nos diz.
Graças a Deus que estas culturas atrasadas foram dizimadas pela nossa cultura ocidental, muito mais sofisticada.
Mais rica e mais livre.

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Não pertenço a este mundo parte#(muitos)

Um mundo em que uma fotografia como esta não seja recebida com estranheza ou indignação.

Acharia a foto normal se os gajos viessem da pesca e fizessem uma fotografia de grupo com o peixe de 7 quilos que acabaram de pescar, ou com a taça no final dum torneio que tenham ganho.

Encontram uma criança que estará assustada e a precisar de cuidados, e que lhes tenha sequer passado pela cabeça: Olha anda tirar uma ‘selfie’ com o miúdo, já é de bradar aos céus. Gente com as prioridades distorcidas acontece.

Mas que seja a instituição GNR a exibir publicamente a fotografia é revelador. Sejam bem vindos à geração facebook onde a primeira coisa e quase única coisa que interessa é ‘aparecer’ e ‘partilhar’ (i.e. exibir) os troféus.

https://www.dn.pt/sociedade/interior/gnr-partilha-imagemdo-momento-em-que-encontroumartim-5461670.html

Em breve teremos fotografias da malta do INEM sorridente ao lado dum gajo encarcerado num automóvel.
Dai-lhe mais uns tempinhos.

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