Meios
Num papel posso escrever com letra trémula
ou com sangue
posso sujá-lo de lágrimas e terra
E num blog?

Num papel posso escrever com letra trémula
ou com sangue
posso sujá-lo de lágrimas e terra
E num blog?

As aves
são espaços grossos
que se pintam num pedaço de papel

Depois de no post anterior ter alguém com uma alma enorme, ponho alguém sem alma e sem espírito. De um deles dizem que é o homem mais poderoso do planeta. Mas é o poder do outro que me esmaga.
(atenção: o som é imprescindível)
Hoje acordei revoltado.
Com as certezas. Com o vinho da casa que não chega para todos.
Revoltado com os escritos, com as pessoas e com os pastéis de nata.
e a tua nossa vida, tem fogo a mais ou a menos?
Há palavras que são fodidas de toda a maneira e feitio, e esta é claramente uma delas.
perguntava uma senhora o que poderia fazer para deixar de fumar sem lhe custar, sem ter dificuldades. Resposta do senhor do estúdio: milagres não há.
Assaltou-me que esta pergunta é tipica. Instalou-se o culto do prazer preguiçoso. Queremos mundos e fundos sem fazer nada por isso. Todos exigem mas ninguém luta.
Queremos ficar ricos mas sem muito esforço. E viva o Euromilhões. A sorte e o estado que olhem por nós. Estar em forma sem ter que suar. Ser culto sem ter que ler aqueles livros muito pouco divertidos.
Meus senhores, o céu conquista-se.
Agora, neste preciso momento, olha para baixo.
O que dizem as pernas de ti?
Muito. É só uma questão de saber ler pernas.

Quantas vezes, eu que anseio por proximidade, só me sinto bem quando descolo.
Estava eu a almoçar com uma cadeira vazia à minha frente, e senti uma “malaise” no ar, como dizem os franceses.
Fui comendo. Fui bebendo. Fui-me sentindo cada vez mais longe das vozes e caras ao meu lado. E fui-me sentindo cada vez melhor.