Juro ser sempre azul
Sempre.

Sempre.

Para ter tempo para o que quero, passo imenso tempo a fazer aquilo que não quero.
Hoje vi um anúncio a uma agência funerária que dizia assim: “A diferença em serviços funerários”.
Não sei porquê (ou antes até sei) os slogans para este tipo de negócio não soam bem.
Corre-se o risco de cair em coisas do género: “Funerária Silva – Nós enterramos melhor!”
Quando vejo links como este, ou quando leio alguns dos comentários que aqui me deixam, não sei bem o que sinto.
Saber que há 5 ou 6 mil pessoas que visitam astormentas por dia, dá-me a justificação para continuar. Haverá mil, quinhentas ou mesmo cem pessoas que o acham útil diariamente. Vale bem a pena.
Este canto é diferente. Tivesse um visitante por dia (e não anda muito longe disso), e não me faria diferença. Escrevo aqui para mim em primeiro lugar. Porque gosto, porque é diferente de tudo o resto que faço. Preciso disto.
É certo que houve gente que gentilmente deixou palavras muito simpáticas. Agradeço-lhes profundamente. Por cada uma dessas palavras.
Tenho a noção das proporções e sei que muitos dos elogios são claramente exagerados. Que algumas dessas mesmas pessoas que por cá passaram o merecem muito mais do que eu.
Regularmente me censuro pelo meu hábito muito pouco social de não retribuir a gentileza. É uma questão de execução porque o desejo de o fazer está cá.
Aqui fica o meu obrigado.
Há.
Regressado de férias, tento ver o que há de novo pelas nossas bandas. Perdido numa página interior do DN encontro uma pequena nota. As admissões da Administração Pública vão deixar de ser publicadas no Diário da República. Ou seja, vai deixar de ser possível saber quem é contratado pelo Estado. Prova que os nossos “governantes” têm vergonha quando contratam a peso de ouro os amigos e os enteados.
E a pequenez do artigo do DN prova que têm vergonha de ter vergonha. O facto de ninguém querer saber, prova que não é só o artigo que é pequeno.
estou grávido
de borboletas e homens-rãs

faço um blog com os pedaços de papel que tenho nos bolsos, de coisas que não posso pôr aqui. seria o escrito-nos-bolsos
este vale o que vale, uma coisa escrita na areia entre duas ondas.
aquele valeria o que vale o fundo do bolso das calças
se não tiver mais nada para fazer
saio à rua e mato alguém
pego no copo à minha frente
e penso:
menos 3 dias de vida segundo a visão
alguém me ajuda
ou antes me socorre
um jornal ou revista português que valha a pena
eu já me morri há muito
porra matem-me
mas matem-me de uma vez
morrer devagar ao longo da vida
é cruel
um único pedido
quero morrer de branco
virgem.