Abrir o capot, mexer em duas ou três coisas ao calhas e dizer com ar sério: isto é do carburador.
Usar também a cambota, o distribuidor, ou qualquer um daqueles nomes de peças que ninguém sabe exactamente onde estão.
tenho como adquirido que temos dificuldade de pensar em termos absolutos,
vemos tudo em contexto, nada vale por si, mas sim por ser pior ou melhor que outra coisa
é um truque que se usa, se algo parece mau, pensa-se em algo pior
e a coisa, sendo a mesma, torna-se melhor
mas isto tem um lado pernicioso,
o pico que se ambiciona, é fugaz.
e depois do pico tudo parece menor, e gera insatisfação
natural que o homem seja por natureza insatisfeito e inquieto
e isto liga-se de alguma forma a algo que li ontem
só se perde aquilo que se agarra
e do mesmo modo como quero aprender a ver pelo valor das coisas em si, quero aprender a deixar ir
tudo vai e vem, isso da posse não existe,
não somos donos de nada, só pensamos que somos
e cito:
‘Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Nao perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.’
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
Do you think you can tell?
Mais do que a um país
Que a uma família ou geração
Mais do que a um passado
Que a uma história ou tradição
Tu pertences a ti
Não és de ninguém