tenho como adquirido que temos dificuldade de pensar em termos absolutos,
vemos tudo em contexto, nada vale por si, mas sim por ser pior ou melhor que outra coisa
é um truque que se usa, se algo parece mau, pensa-se em algo pior
e a coisa, sendo a mesma, torna-se melhor
mas isto tem um lado pernicioso,
o pico que se ambiciona, é fugaz.
e depois do pico tudo parece menor, e gera insatisfação
natural que o homem seja por natureza insatisfeito e inquieto
e isto liga-se de alguma forma a algo que li ontem
só se perde aquilo que se agarra
e do mesmo modo como quero aprender a ver pelo valor das coisas em si, quero aprender a deixar ir
tudo vai e vem, isso da posse não existe,
não somos donos de nada, só pensamos que somos
e cito:
‘Apenas nos iludimos, pensando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Nao perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.’
A tomada de consciência de que não somos nada de nada, a não ser deste momento exato, torna-se bastante libertador.
exactamente, e saber disso torna-se uma ferramenta de libertação para usar quando quisermos