Viver encurralado numa cidade forrada a prédios e aço é horrível
No meio do horrível tenho sorte, aqui tenho andorinhas feitas de jardins e antigas casas senhoriais cobertas de azulejos e poesia
Sinto falta
Há alguém que não sinta falta?
Vivi e tenho o suficiente para saber que a falta não é de coisas
Não é algo que se tenha, que possuir não resolve
Também não é o fruto proibido
São talvez os momentos irrepetíveis e irrelembráveis, em que não há tempo
O Jorge palma é que sabe
momentos de eternidade em nós
como se pode duvidar do transcendente? eu não duvido
as coisas que não conseguimos explicar transcendem-nos, e são tantas