“O GRANDE sol na eira Talvez seja o remédio… Não quero quem me queria, Amarem-me faz tédio. Baste-me o beijo intacto Que a luz dá a luzir E o amor alheio e abstrato De campos a florir.
O resto é gente e alma: Complica, fala, vê. Tira-me o sonho e a calma E nunca é o que é.”
São as almas, a língua pele. São os corações, são todos os sentidos, todos!
E ainda que os olhos estejam abertos, é ter o outro no fundo dos olhos.
“O GRANDE sol na eira
Talvez seja o remédio…
Não quero quem me queria,
Amarem-me faz tédio.
Baste-me o beijo intacto
Que a luz dá a luzir
E o amor alheio e abstrato
De campos a florir.
O resto é gente e alma:
Complica, fala, vê.
Tira-me o sonho e a calma
E nunca é o que é.”
(Fernando Pessoa)