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2 comments

  1. É uma daquelas coisas sobre as quais se pode dizer mais que não há o certo e o errado, que estão muito dependentes da forma como cada um se sente bem.
    Para mim faz-me sentido não me demorar onde o que existe me traz mais mal do que bem (e este onde não se refere apenas ao lugar), quer seja pelo peso ou pela leveza.
    As sensações que o mesmo nos desperta (lugar, pessoas, etc.) podem mudar ao longo do tempo, e para mim também me faz sentido estar desperta para isso e tentar provocar a mudança que acompanhe as sensações que procuro. Implica não dar nada como definitivo ou acabado. Vou dar um exemplo simples: da última vez que mudei de casa, ouvi várias vezes a pergunta se era definitivo ou para sempre, e a minha resposta foi a de que naquela altura era o lugar; mais à frente, logo se vê.

    Com as memórias funciono de forma idêntica. Se me trazem mais mal do que bem, ou se estão no patamar da completa indiferença, vão fora. E procuro fazê-lo consoante o que me provocam e não condicionada por outros.

    Estou a lembrar-me, em abstracto, da associação da última frase às diversas formas de lidar com as memórias do capítulo do amor romântico.
    Há quem ache e exerça pressão para que as ‘cartas de amores antigos’ (não me refiro apenas às cartas literalmente) devem ir para o lixo, que não devem ser conservadas essas memórias e que se sente inseguro perante o histórico. A minha opinião é a de que se deve ser subtil com o histórico romântico, o nosso e o do outro. Cada um tem o seu, que só deve ser partilhado no que for relevante para o que se está a construir, e a exibição de pontas desnecessárias (coisas físicas ou não) em nome de lisura ou transparência (diz-se, mas não se trata disso), é só isso, uma exibição desinteressante.

    1. Repara no pano para mangas que dá duas coisas tiradas meio à sorte do recital de ‘conselhos’. O giro daquilo é passa por um montão de coisas mistura o leve com o pesado e trata tudo com a mesma leveza.

      As cartas de amor são para guardar, que fazem parte do que somos. Mas manda a sensatez que sejam só nossas.

      A parte inicial do comentário fez-me lembrar uma coisa que pus aqui um dia desses ‘Mal tenhas um plano, deixas de ser revolucionário’

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