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7 comments

  1. Outra coisa que nunca percebi são as votações do melhor isto e do melhor aquilo.

    Como se fosse possível dizer qual o melhor filme, ou a melhor musica ou seja ou que for.

    Tem um pouco a ver com a tendência para as comparações. Este é melhor que este, ou do que aquele.

    Acho que deve ter a ver com a competição, o querer ganhar. E que não tem nada a ver com aquele ensinamento antigo, de tentarmos ser melhor do éramos, em vez de tentar ser melhor do que os outros.

    É que não vejo vantagem nenhuma nestes concursos. A única coisa importante mesmo, é saber se se gosta ou não. E eventualmente saber porquê.

    O que gostamos mantemos à nossa beira. O resto, não.

  2. (vou tentar saber quem é o tal D. João, sou um zero à esquerda em reis e rainhas 🙂

  3. O MOSTRENGO

    O mostrengo que está no fim do mar
    Na noite de breu ergueu-se a voar;
    À roda da nau voou três vezes,
    Voou três vezes a chiar,
    E disse: «Quem é que ousou entrar
    Nas minhas cavernas que não desvendo,
    Meus tectos negros do fim do mundo?»
    E o homem do leme disse, tremendo:
    «El-Rei D. João Segundo!»

    «De quem são as velas onde me roço?
    De quem as quilhas que vejo e ouço?»
    Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
    Três vezes rodou imundo e grosso,
    «Quem vem poder o que só eu posso,
    Que moro onde nunca ninguém me visse
    E escorro os medos do mar sem fundo?»
    E o homem do leme tremeu, e disse:
    «El-Rei D. João Segundo!»

    Três vezes do leme as mãos ergueu,
    Três vezes ao leme as reprendeu,
    E disse no fim de tremer três vezes:
    «Aqui ao leme sou mais do que eu:
    Sou um Povo que quer o mar que é teu;
    E mais que o mostrengo, que me a alma teme
    E roda nas trevas do fim do mundo;
    Manda a vontade, que me ata ao leme,
    De El-Rei D. João Segundo!»

    “D. João II de Portugal (Lisboa, 3 de maio de 1455 – Alvor, 25 de outubro de 1495) foi o décimo-terceiro Rei de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto D. Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.” (in wikipédia)

  4. Sabes, ainda ontem estava a pensar sobre isso por causa de uma cena num filme que vi. Tenho muita dificuldade em quantificar o gosto/não gosto de um livro/filme/música/etc, porque eu olho para as coisas, por muito más que até sejam, à procura do que posso aprender ainda assim. E olha que já aprendi e tirei grandes lições de livros de gosto duvidoso e afins, e já li livros ditos elevados de onde não tirei nada. Qual deles é bom?

    Avalio segundo o impacto que causa em mim, é um critério tão clínico e objectivo como outro qualquer.

    Acho que era esta a linha da tua ideia. 🙂

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