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Contar o incontável

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As palavras são os corantes e conservantes disto a que, à falta de melhor palavra, chamamos vida.

 

Ao almoço, o facto de ser alto levou-me a não comer arroz de polvo.

 

Já repararam na forma como as calças estão a invadir as pernas das nossas mulheres?
Nossas no sentido carinhoso de quem quer possuir aquilo que gosta.
Possuir não necessariamente no sentido sexual, até porque nunca tentei meter o meu coiso num copo de gin tonic ou numa garrafa de tinto.
Nossas no sentido de cada um com a sua.

A saia rodada não foi inventada por acaso. Fica a meio caminho entre a perna que se vê e a perna que não se vê.

Homens! A saia está em extinção. A união faz a força, juntos na defesa da saia portuguesa!

 

Meio por acaso apanhei-me a fazer o seguinte exercício. Pensar em pormenor no que vou fazer amanhã. Acordar, levantar, duche, sair de casa, pequeno almoço, etc etc. E em que medida isso do que sei que vai ser amanhã altera o meu dia de hoje, e eventualmente o de amanhã.
E uma coisa ressalta, pelo menos no meu caso. É que posso em grande parte antecipar sempre o que vou fazer no dia seguinte. Prever, planear é coisa boa. E faço isso.
Voltando ao ponto que acabei por não escrever neste poste, os momentos únicos não se planeiam.
Olhando para trás, os momentos inesquecíveis que vivi não foram planeados. Tive intenção de ir aqueles sítios ou com aquelas pessoas, mas depois o que aconteceu, aconteceu simplesmente. Tal como podia não ter acontecido, exactamente nos mesmos sítios com as mesmas pessoas.

 

Lurdes Norberto

10 comments

  1. No próximo dia frio, mas mesmo frio, sai tu de casa com uma saia vestida e perna ao léu.

    1. Nem imaginas o sucesso que ia fazer! 🙂

      1. Então experimenta, tira foto e publica. 😀

  2. Luís, não andarás distraído? Tal como ainda se escrevem cartas de amor, também existem mulheres a usar saias.
    E não te esqueças de continuar a dar margem ao imprevisto. Para o bem e para o mal, normalmente o que não consta do rascunho é quase sempre inesquecível.

    1. É claro que isto é altamente cientifico, Estava bom tempo e por isso almocei numa esplanada. E reparei que era muito raras as mulheres que passavam de saias.
      Logo é uma certeza 🙂

      Isabel, sei que tens razão, e daí a confusão. O inesquecível raramente está no rascunho. Não deveríamos parar de fazer rascunhos? Ou os rascunhos só servem para o outro lado da medalha, o que se esquece imediatamente, mas paga as contas?
      E as contas serão assim tão importantes? 😉

      1. Agora tenho a certeza de não ter passado junto dessa esplanada. 😉

        Não, Luís. Devemos continuar a fazer rascunhos, mas assumindo-os sempre como tal. A planificação é importante, mas o produto final não resulta apenas dela. Felizmente, penso.
        A vida também é feita de imprevistos, acasos.

        1. Sabes Isabel, desde o primeiro momento que te ‘ouvi falar’ (por escrito) tive logo a sensação de que aqui está alguém que sabe o que diz, e sabe o que dizer.
          O que é chato, agora só posso dizer, concordo. 🙂

  3. Sempre achei que as mulheres não têm frio nas pernas e a moda está com saias com um pouco mais de roda, apesar de achar as saias travadas também muito bonitas.
    Não sei se o corante, mas o conservante são de certeza as emoções.
    Um dos meus sonhos sempre foi viver ao deus dará. Acho que nunca o vou concretizar

    1. Ou isso ou são fortes 🙂

      Esse é também um dilema que também acho que nunca vou resolver.
      O impulso que diz vai e o outro que diz fica.

      Nem viver ao deus dará durante um mês consegui…

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