Olhando para trás, qual foi a coisa que te orgulhas mesmo de ter feito?
Pensar no passado para quem já tem passado é bom. Põe-me sorrisos e nostalgia.
Mas é o escolher só um, que pode ser interessante. Distinguir o essencial do acessório.
E pensar nisso daqui para a frente.
Ter saído da minha terrinha aos 18, para viver e estudar na capital.
Devia ter tido esta mesma coragem mais vezes, noutras situações.
Estava a pensar em que medida a falta de coragem é nossa e em que medida é dos outros. Há uma sessão do ted que guardei, que demonstra uma coisa que na verdade parece evidente.
Somos muito mais ousados e trafulhas quando ninguém está a ver.
Quer isto dizer que nos importamos mais com os outros do que com nós próprios? Se posso falhar perante mim, mas não perante outros, poder-se-ia dizer que sim.
Mas a resposta é não.
De ter conseguido erguer o peito, depois a cabeça e a seguir o corpo todo, após malabarismos fracturantes que a vida fez comigo. Voltar a ser pessoa no sentido abrangente do termo.
Se não conseguirmos fazer por nós, nunca o conseguiremos fazer pelos outros.
E pôr a culpa nos outros não é nada boa ideia.
É isso, até as meninas dos aviões o dizem, a máscara de oxigénio põe-se primeiro em si próprio. E isso não é egoísmo.