Penso muito no que disse e na forma como chegará aos outros. Ainda bem que infelizmente o faço.
Por vezes resulta em apagar o que acabei de escrever.
Admiro a sensatez dos sensatos e a imprudência dos imprudentes. Gosto da cautela e da loucura.
E agora? Apago tudo ou não?
Não apagues
Não ficou tudo, e vou repetir.
Vou falar a sério. Já é costume, mas assim com uma declaração inicial fica já descartada a hipótese de usar um tom irónico.
Sobre o início, eu diria: Penso muito no que tenciono dizer e no que quero dizer e na forma como chegará aos outros.
Talvez seja por isso que nunca apaguei nada depois de mostrar publicamente, nem equaciono essa possibilidade.
Quer na escrita que será pública, quer no resto que tem visibilidade pública, pouco existe de espontaneidade em mim. A que existe e que eu tenho consciência é previamente assim deixada, o que acaba por não o ser bem.
Gosto da espontaneidade no privado e com as pessoas de quem gosto muito. No restante sigo um sistema de códigos semelhante a uma lógica comercial, já que nessas circunstâncias o que se dá tem muito que ver com o retorno, que não é necessariamente feito de ganhos, mas de interpretação critica.
Se esta atitude tem a ver com reserva e com o controle que quero ter sobre o que de mim chega aos outros, também implica seguir com cautela uma linha calculista e cirúrgica, sob pena de resvalar para uma dimensão fria e desprovida de emoções.
Relacionado com dúvidas sobre mostrar, como escrever ou dizer, apagar, sobre os desabafos ou outras coisas muito pessoais…
Não tenho limite sobre o que quero dizer, incluindo assuntos muito pessoais, mas tenho imensos limites sobre a linguagem que quero utilizar que, para essas circunstâncias, é encriptada. Até pode ser que alguém próximo leia e entenda, e está muito bem e gosto normalmente, que a defesa é usada para o geral e eu nunca me esqueço que estou em coisa pública. É engraçado já me terem sugerido desmontar e voltar a montar… pois, mas isso aplica-se mais a equipamento do Ikea.
Já tem acontecido estar dias com vontade de escrever sobre determinado assunto, e até alinhavar, mas deixar a marinar porque quero pensar melhor sobre a forma como quero dizer.
Tenho dificuldade em compreender as vantagens de se apagar algo que já foi mostrado publicamente. Quem nos lê com atenção, fá-lo nos primeiros minutos ou horas. Está dito e o apagar não retira o que foi dito. Por outro lado, havendo uma caixa de comentários aberta é mais desagradável, quer já tenha comentários ou seja criada essa possibilidade. Por exemplo, tencionei escrever isto ontem à noite e não consegui acabar; era desagradável ter pensado e chegar aqui e o post já não estar. Já agora: quando escreves algo que é mostrado publicamente, escreves para ti ou para os outros?
Mas se já não estivesse iria escrever isto naquele da dúvida existencial.
E é muito engraçado ter fixado muito bem escritos que foram apagados num ou noutro blogue que sigo, uma memória muito nítida dos pormenores. Recordo-me também de ter sucedido aqui, há uns meses já largos. Apagar por vezes resulta, significa o quê em concreto?
Cautela e loucura num sentido não patológico não são antónimos.
A loucura implica ser das margens ou haver essa possibilidade, pois, nem sempre somos das margens mesmo quando se é louco. A normalidade, o limpo e a vontade e esforço de ser da norma, não é dos loucos.
Muitas vezes não é no meio que está a virtude. No meio está o conforto e não raro é mais caminho dos fracos do que os extremos. Os extremos dão trabalho se se for dos extremos por muito mais do que o porque sim. Mas a maioria protege da solidão, já tenho dito, e é preciso ter muito nervo para caminhar na solidão.
Embora me pareça que me falta dizer mais qualquer coisa sobre isto, para já fica assim, que tenho uma canoa à espera… Pode ser público que é a minha primeira vez na canoagem e estou com medo. 🙂
Pensas muito no que tenciona dizer e isso que nunca apagaste nada. E depois de dizeres, não pensas e por vezes teres vontade de mudar?
A espontaneidade faz falta, acho eu. É o sal e cor da vida, senão ficam dias programados, todos relativamente iguais.
Quem diz que escreve para si e o põe num sitio publico, não está a ser completamente verdadeiro. Mas pode-se escrever para os outros e também para si. E por isso por vezes apago. Faz parte dum arrependimento a que tenho direito.
Quando olhar para trás quero ver coisas de que me orgulhe ou que me façam lembrar que quero recordar. O resto não interessa guardar. E as vezes o que á primeira vista tinha interesse, não resiste a uma segunda vista.
Boa descida, com cautela e alguma loucura 🙂
Sim, posso ter vontade de mudar. Faço assim: se forem questões de pormenor, que não alteram o sentido inicial, e mais se tiverem que ver com uma escrita mais correcta e escorreita, mudo; se forem questões de fundo, alteração de opinião por exemplo, volto ao assunto sem apagar as outras vezes em que referenciei. Até porque as outras vezes existiram e mesmo que apague as letras elas não deixam de existir. Mais, essas vezes que posso ter deixado de gostar são muito importantes porque fizeram caminho para a reformulação.
Numa perspectiva mais abrangente, eu também não desdenho os erros que cometi e cometo, e não quero esquecer-me deles assim como das coisas boas, porque também é por eles que faço estrada. É muito por isso que julgo ter uma relação sa
udável com a tristeza e gosto dessa densidade que uma certa dose de tristeza dá às pessoas.
Percebo que digas que só queres guardar as coisas de que te orgulhas ou que te fazem lembrar o que queres recordar… Guardar no sentido de acarinhar essa memória e de a fazer crescer, também penso assim, e é isso que faço com o bom. E talvez por isso estejamos a dizer o mesmo, mas com palavras diferentes. Quando refiro que não quero esquecer o mal que fiz ou aconteceu, não significa que guarde uma memória de amargura, mas sim que são pedaços de vida que, bem trabalhados, ajudam a evitar repetir ou a defender-me.
Sim, a espontaneidade é boa, e faz falta. E é por a valorizar tanto que tento apenas aceitá-la para mim para o privado e para as pessoas de quem gosto muito.
E a experiência foi muito divertida, incluindo a parte das mãos a sangrar por ter ido algumas vezes parar às silvas das margens… sim, que a loucura é das margens 🙂
Não consigo inserir o meu comentário. Já tentei ‘n’ vezes, vou tentar mais uma
Luís! só me deixa escrever aos bocadinhos e depois desaparece toda a parte de baixo, onde está o botão para publicar, que raio
Isto foram updates ou do wordpress ou do chrome, Estou a experimentar com o internet explorer e funciona bem. São as tecnologias a chatear…
vai aos bocadinhos.
Isabel Pires, faziam-me falta os teus comentários.
Por favor também não apagues.
Já o fiz uma vez e estou arrependida, não tive outro remédio.
Comecei um blogue em 2005, com nickname, depois assumi o meu nome e começou tudo a correr mal.
Deram comigo pessoas que não queria que me lessem e, apesar de não ser explícito, quem me conhecia, conhece, percebeu e deu tanta polémica que apaguei o blogue todo.
Voltei, com ar bonzinho e no meio, ora eu sou de extremos, acho que vivi no fio da navalha e gosto de ser quem sou, gosto da minha vida, apesar dos erros. estão para aí, na blogoesfera.
Não apaguem, é um prejuízo para quem vos lê. Não tenho ido a blogues porque não tenho tempo, mas sempre, quando posso, vou também ao teu. Fico encantada com a tua escrita, gosto do que contas, do que pensas, como reages.
Façam outro se assim acharem e façam-no anonimamente se quiserem.
Dá liberdade na escrita, no que se diz, como se escreve e o que se escreve. A espontaneidade é a palavra de ordem :), pelo menos é a minha experiência.
Livrem-se de não me dizerem onde estão. Não vos conheço, o que tenho pena, nunca vos ‘googlei’. Estou a falar a sério, não me tirem o prazer da vossa escrita, por favor.
O meu, neste momento tão abandonado, é escrito para mim. O que apaguei, no início era para os outros, a certa altura passou a ser para mim, também, o que não se pode fazer em nome próprio.
Não apaguem, ainda não li tudo. Sim estou a ser egoista, como deverão ser os vossos leitores
Inconfessável, no que a mim diz respeito, agradeço-te imenso. É agradável saber que gostam das coisas que fazemos e ainda mais que no-lo digam.
Nunca escrevi ou comentei de forma anónima, nem tenciono fazê-lo. E não gosto que se dirijam a mim dessa forma, a tentar disfarçar quem são ou a fazer outra coisa qualquer que iluda em relação à pessoa que diz aquelas palavras.
O anonimato dá liberdade ou é uma prisão? Vejo-o mais na perspectiva do agrilhoar. O desafio, o bom, a bravura se quiseres, de se existir enquanto pessoa que preza a liberdade pela palavra (e não só) é poder emitir e defender a opinião com esta cara, coração… tudo o que se é. Fazê-lo escondido num anonimato? Isso é para qualquer um, basta que crie um boneco, enquanto o medo ou o que quer que seja que conduziu a isso, bate palminhas.
Porém, respondo sempre aos anónimos que a mim se dirigem. Aliás, respondo a toda a gente, como se sabe.
Parto do princípio de que qualquer pessoa pode ler-me, incluindo quem não gosto. Mas decidi ter um blogue sem restrições porque é assim que gosto disto, da blogosfera. Se eu quisesse só escrever para determinadas pessoas, podia ter um espaço para leitores convidados. Mas não me interessa. Para isso preferia escrever cartas para essas pessoas, que é o que faço quando o assunto é restrito.
Mas estas minhas manias implicam pagar um preço.
Por exemplo, há pessoas que se afastaram de mim a partir do momento em que mostrei publicamente escritos (também em livros). Houve/há quem tente tirar ilações inerentes à vida pessoal, a partir do que escrevo e muito de certo tipo de fotos que mostro.
Vês, e mesmo medindo o que quero publicar.
Se incomoda? Não incomoda no sentido de me magoar. Chuto para o lado e sigo em frente. Com menos gente, mas é uma opção.
Se eu escrevesse só para mim, fa-lo-ia de forma diferente. Nunca me esqueço que há gente do outro lado, independentemente de me ler ou não.
Partiste do princípio errado que eram pessoas de quem não gosto.
Não eram.
Prisão não é de certeza e não sou jornalista, não tenho de dar a cara por nada, nem sequer por posições, o que alíás nunca fiz no meu blog.
Contava histórias, com a possibilidade de debate, isso interessa-me em qualquer blog, se não há não vale a pena lá ir. Com excepção da despenalização do aborto, nunca tomei posição em nada. Sempre preferi ouvir os outros, do que falar.
Por isso havia debate e nunca apaguei um comentário, por mais ordinário que fosse e aconteceu.
Não era a minha casa, nem a minha sala, a ideia é que fosse um espaço de trocas de ideias, baseadas em histórias.
Muitas das histórias baseavam-se em casos verdadeiros e embora com outras roupagens, quem conhecesse os factos reconhecia-os.
Aquele pobre abandonado, é aquilo que não digo em mais lado nenhum, é um escape.
Não me sinti e nunca fui cobarde
Estive a reler o que escrevi mais dirigido a ti…
Disse: “Parto do princípio de que qualquer pessoa pode ler-me, incluindo quem não gosto.”
E isto não é partir do princípio que se tratava de pessoas das quais não gostas, nem pensei nisso. Pelo que me apercebo, quando há esses receios até sucede mais em relação a pessoas que se gosta ou com as quais há proximidade.
Repara, eu não considero que as pessoas que têm opiniões diferentes das minhas, incluindo sobre esta matéria, estão erradas ou não têm razão. Nada disso. Expressei parte da forma como gosto de me movimentar por aqui e o exercício que faço para cumprir.
Voltei a pensar nessa questão do anonimato, nessa perspectiva de mais liberdade… E para já, pelo menos, não considero que dê mais liberdade porque implicaria esconder-me ou disfarçar-me, sendo que posso dizer tudo o que quero sem me magoar ou sem magoar os outros (ressalvando quem vê fantasmas em tudo e julga que o mundo gira à sua volta), utilizando outra linguagem e filtros.
Muitas vezes conto histórias, como dizes. Tenho sempre a preocupação ou cautela de não ser uma reprodução de algo passado, o que às vezes implica mais alteração de dados, sendo que o que interessa para eventual discussão, está lá. Nunca tive problemas por este lado.
As vezes, absolutamente inócuas, em que propositadamente não alterei nada, os visados sabiam previamente e autorizaram. Por acaso, houve quem fizesse a observação e expliquei.
Quando tenho posição, expresso-a e gosto muito do confronto.
Quando tenho dúvidas e tenho vontade de as dizer, até para me levarem a pensar mais, também digo.
Ligando ao tal anonimato… Eu gosto e é da minha “natureza” dar o corpo às balas no que quero dizer que penso. Quando não quero ou posso por qualquer motivo dar o corpo às balas, prefiro não dizer.
Apenas são formas de estar diferentes.
O blogue não é a minha vida, nem eu quero que seja.
Também por causa da minha escrita, chegaram-me a dizer que se sabe mais da minha vida do que imagino… Ri-me, claro. Afinal ao que se referiam ser a vida, a minha ou a de alguém, está muito distante do meu conceito de vida. Não são as balizas meramente temporais e espaciais que fazem a vida. É mais o processamento interior do que acontece, o que sinto e a forma como me organizo a partir do que sinto.
Contudo, tive de me esforçar um bocado para manter independência entre a minha escrita e o real. Talvez devido ao registo que utilizo mais.
Por exemplo, uma das medidas que adoptei desde o início foi a de apenas discutir assuntos do blogue no espaço do blogue e não estender as conversas para fora mesmo quando conheço as pessoas. Tive um caso ou outro que, meio a brincar, continuavam a tentar e eu não passava cartão. Depois, vêm as excepções que confirmam a regra. Aconteceu e pode acontecer que esporadicamente e devido a um assunto mais delicado, me chegue um mail, o que aceito bem e até gosto, e retorno. Por sistema, não aceitei nem aceito debater assuntos da minha escrita fora dela. É para isso que está lá a caixa.
Fiquei com a ideia que também funcionavas/funcionas mais ou menos assim.
Eu percebo-te Isabel.
Quando entrei, na blogosfera, contavam-se pelos dedos as pessoas que estavam em nome próprio, salvo jornalistas.
Penso que os bloggers, sentiam mais liberdade para serem quem eram. Claro que também havia quem se fizesse passar por aquilo que não era.
mas há em todos os lados.
Hoje, na blogosfera as pessoas estão em nome próprio, o que devo dizer que me admira, no sentido de ter admiração por elas. O que não quer dizer que não se façam passar por aquilo que não são. Não estou a falar de ti, como é óbvio.
Mas todas as pessoas são muito boazinhas, fazem tudo certinho e não há pachorra, ou eu não a tenho. 🙂
Percebo a tua posição muito bem, também o fiz. Nunca mais o farei.
Estou no facebook em nome próprio, e lá está, tem de se medir tudo o que se diz e deixa de ter tanta graça. Fotos, nem uma. A minha privacidade, ali, é sagrada.
Na blogosfera há essa liberdade, a da privacidade semi-ocultada, e isso dá-me prazer.
Inconfessável,
Ah, sobre as fotos talvez tivesse passado uma ideia errada…
Referia-me a fotos que publico, mas que não são de mim.
Gosto muito de fotos de nus, sobretudo de mulheres nuas (esta preferência não tem que ver com orientação sexual para esse lado, que eu só gosto, e muito, é de homens), e usei bastante. Agora tem acontecido publicar menos apenas porque não aparecem imagens boas todos os dias e não me apetece sempre esse registo.
Aconteceu isso suscitar alguma confusão: que queria provocar, que queria chocar, que talvez fosse lésbica, para chamar os gajos ali, que teria alguma desregulação mental relacionada com coisas do corpo, sexo… Tudo ao lado. Gosto pela estética da coisa.
Nunca publiquei fotos de mim no blogue. Essencialmente por três razões.
Por questões de segurança. É mais fácil chegarem a alguém se conhecerem o boneco. Também é por isso que nunca disse onde moro, onde trabalho, como é o meu agregado familiar e como vivo, e em que dias estou em tal sítio. (Quando falo de espectáculos a que vou, normalmente há vários locais ou sessões, ou há um intervalo de tempo grande.)
Porque é um espaço que decidi ser mais de escrita minha, que não quero desviar a atenção para a imagem.
Porque gosto desse jogo de não aparecer a toda a gente e apenas mostrar-me a quem eu entenda.
Vejo blogues que têm e nalguns, poucos, até gosto. Depende como se faz.
No fb tenho algumas fotos, mas apenas publico para “amigos”. Claro que pode haver partilhas.
Ainda sobre a questão de poderem chatear e de eventual ligação ao anonimato…
Aborrecerem-nos ou não e em que medida, tem muito que ver com a valorização que damos às criticas e opiniões.
Confesso que sou bipolar no que a essa valorização diz respeito e isso depende de quem emite a opinião ou critica.
Se vier de de quem eu gosto e gosta de mim, que me quer bem, e de quem percebo estar para o bem e numa atitude construtiva, valorizo muitíssimo. Eu gosto muito de quem está para o bem e lida comigo com lisura.
Se vier de quem quer chatear, chafurdar, passa rasteiras para ver se caio, não quer o meu bem, tem aquela mania de dizer mal de tudo do que não é da sua autoria, não valorizo nada, já nem sequer discuto, e sigo caminho. Se for no real, afasto-me dessas pessoas, se puder. Por vezes tal é interpretado como sobranceria e arrogância, o que em nada me belisca.
E sobre o conceito de anonimato, muito haveria a dizer…
Não é apenas o uso ou não do nome verdadeiro que marca a diferença. Digo eu.
entretanto, parte do comentário, foi à vida….Perdi-o.
Esqueço-me sempre que só posso escrever aos bocadinhos, que coisa.
Isabel, perdi, este copy /paste, parte do comentário. Fiquei-me logo pela primeira frase. Estava a faler do fb e de fotografias privadas. O meu blogue tinha fotos em todos os posts. Quantas vezes não escrevi baseada em fotos, que despertavam a imaginação.
Se soubesses as centenas e centenas de fotos que tenho guardadas…. 🙂
Respeito imenso a tua posição , ou não estávamos aqui a falar.
Dei-me mal em estar em nome próprio.
No entanto, é preciso conhecer o contexto da blogosfera naquele tempo. Contavam-se pelos dedos de uma mão quem estava em nome próprio, salvo jornalistas. Todos usavam nickname.
Agora não é assim.
Este blogue que abri, é um sítio de refúgio. É público, eu sei, como disse o Luís, mas só tu e o Luís lá vão….
Neste momento, tenho tão pouco tempo livre e é raríssimo ir a blogues. E tudo isto começou por eu vos pedir para não fecharem os vossos blogues. 🙂
Inconfessável, não estou a pensar ir embora daqui, mas posso explicar-te duas ou três coisas relacionadas.
(De certa forma, esse teu pedido para não fechar, também me fez pensar mais.)
A “minha praia” (!) faz dois anos no sábado, 15 de Julho, e sinto como uma coisa extraordinária para mim, ao longo deste tempo ter publicado todos os dias (às vezes mais do que um post), à excepção de uma semana e tal em que andei pelo mar no ano passado, e obriguei-me a parar.
Julgo que o fiz com prazer ou necessidade, mas ainda não tenho a certeza disso… Confesso que a minha mania de organização e de levar por diante o que me proponho, às vezes retira-me o discernimento para perceber onde acaba a parte prazerosa e começa a obrigação.
É provável que a minha frequência venha a abrandar, o que pode acontecer em breve. Não por falta de vontade, mas devido a alterações que eventualmente retirem a disponibilidade de tempo. É que não gostaria de fazer diferente do que tem acontecido, sobretudo a nível do cuidado em decidir como quero escrever e na escolha de imagens. Habituei-me a ter sempre uma imagem por foto e tenho gostado de o fazer, mas até já pensei que podia ser interessante para mim só ter texto.
Não tenho dúvidas sobre o seguinte: a continuar, quero tratar da mesma maneira quem lá chega. Se o tempo não me permitir, experimento retirar a caixa de comentários. E esse pode ser, calculo, o caminho para mais dia menos dia deixar de estar, fechar. Mesmo que ninguém comente, é diferente quando há a possibilidade de o fazerem.
Se um dia não quiser estar mais, não sei o que vou fazer. Deixar estar o que fiz? Há um tempo diria que estava fora de questão. Agora não sei bem… Deixar aberto ‘para sempre’ também não parece encaixar-se bem comigo. Há coisas de que não gosto de saber/ver, que fazem com alguns espaços que foram deixados.
Se decidir fechar, hei-de ficar com algumas coisas de que gosto… No início gravava tudo à parte.
Pensei em fazer alguma coisas com textos de uma ou duas categorias e (ainda) não perdi essa ideia. Ainda não sei se os quero mais eternos e se vou fazê-lo.
Não me levo a sério naquilo que escrevo, no sentido de pensar que o faço bem, mas gosto de alguns dos meus textos. Memórias, ligações, por aí.
Sobre fechar, nunca me passou pela cabeça fechar nada, falei foi em apagar e eram só posts.
Por vezes escrevo parvoíces, passado meia hora olho outra vez para aquilo e vejo as parvoíces que de facto são e apago esse post. Nenhum mal vem ao mundo.
Isabel, falas muito em limites. Essa contenção é natural ou auto imposta. O que acontecia se os deixasses? Até porque tu própria dizes (e bem) que muitas vezes não é no meio que está a virtude, no meio está o conforto. Olha que essa ficou-me.
Inconfessável, a julgar pelo que dizes quase que diria que não é o teu caso, mas não estou tão convencido assim. Extremos interiores não são bem extremos.
Estou a falar completamente de cor, e do que não sei, mas deixem-me porque me apetece. A malta que diz que só se deve falar do que se sabe, não sabe o que diz.
Tenho os olhos cansados, e o gajo que fez este blogue pelos vistos não faz isto par tantos comentários, é muito complicado de se ler e agora até para se escrever. Batatas para esse gajo, voltarei mais tarde ou em hora parecida. Coisas.
Só mais um comentário, Luís
Não sei muito bem como hei-de escrever isto, sem haver mal entendidos. O que vou dizer de mim, não quer dizer que vocês sejam o contrário ou oposto. Está bem?
Os meus extremos interiores aparecem no exterior.
Sou frontal e digo o que penso sem subterfúgios. O que digo não tem segundas intenções, nada na manga, por isso, quem é mais reflexivo, muitas vezes não me entende porque ficam a pensar no que eu quereria realmente dizer.
Tenho tido, pela vida fora, este tipo de confrontos e fico sempre, mas sempre, meio aparvalhada.
lá está esta merda, continuo noutro
Vivo no fio da navalha, quer isto dizer que vivo sem rede de apoio. Nunca senti necessidade de a ter. Vivo mais o dia a dia do que penso no futuro. são defeitos, para a maior parte das pessoas, para mim serve, apesar de haver custos que se pagam.