Podiam ser sonhos semelhantes aos que tive há uns quatro anos, que foram os últimos que tive a dormir dos quais me lembro. Digo assim porque já li que sonhamos todas as noites, ou sempre que dormimos, porque faz parte de uma fase do sono. No meu caso é muito raro lembrar-me dos sonhos.
Esses sonhos de há quatro anos aconteceram a seguir a ter capotado o carro. Estreei-me em acidentes de automóvel logo com uma coisa muito aparatosa. Deu três voltas, parou virado ao contrário e em condições de ser abatido, que foi o seu destino. É muito estranho assistir àquelas piruetas e ficar ao contrário, amarrada por um cinto, com as cortinas dos airbags soltas e na altura não ocorrer do que se trata e pensar ‘mas estes trapos não estavam aqui’ 🙂 Mas o instinto de sobrevivência é sempre mais forte, daí ter conseguido sair por um buraco do vidro lateral. Percebi que nem havia um único arranhão.
Tive de passar por aquelas conversas e avaliações com a polícia e o inem. Uma das coisas que me preveniram foi que aquilo não terminava ali, que durante bastante tempo iria acontecer lembrar-me, até por situações aparentemente não relacionadas e que seria natural ter sonhos desagradáveis ou pesadelos. Naquela altura pensei que estavam a exagerar e disse para mim ‘fraquitos (o médico contou-me que também já tinha capotado); comigo não vai ser… então é tão bom ter saído disto impecável.’
Julgo que os pesadelos aconteceram logo à segunda noite. E durante algumas semanas a fraquita acordou com as pernas doridas de tanta força que fazia durante esses sonhos.
Os deuses, que para mim é algo muito muito distante da coisa mística, não descansaram segundos para que eu pudesse contar a história!
Provavelmente os sonhos seriam mais fantásticos. Não no sentido de melhores, mas sim de mais surpreendentes.
E aí sim, se me lembrasse deles, dariam com certeza muitas histórias para contar. Esta é a parte que me interessa mais dos sonhos a dormir, a utilidade que lhes daria.
Porque talvez já nos tenhamos questionado como sonham os cegos, deixo o seguinte pedaço:
“Normalmente os cegos de nascimento, ou os que perderam a vista com pouca idade, não sonham com imagens, mas nos seus sonhos podem falar, escutar, sentir, cheirar, saborear, etc. Os cegos que perderam a visão com mais idade, possuem imagens nos seus sonhos, mas estas podem ir diminuindo com o tempo, e mesmo desaparecerem por completo. Geralmente, os cegos que perderam a vista já adultos, podem sonhar alguns dias com imagens, outros sem elas.”
Fui ouvir a Melanie Safka, que mulher poderosa. Durante a minha vida, houve músicas que me acompanharam, diariamente, em períodos mais negros e que sabia de cor. O Birthay of the Sun e o Rien de Rien, fizream parte do ano de 74, pária da família e de muitos amigos.
O deuses pararam durante alguns meses, para eles, nem o segundo do acender de um fósforo.
Não sei se ela é poderosa que não a conheço 🙂 mas a quando canta é!
O Birthday of the sun é um dos meus companheiros de viagem o rien de rien pelo mennos na voz dela não conheço, e tentei rapidamente descobrir sem grande sucesso. Lá voltarei
Gostei de te ver por aqui, por motivos egoístas também :), mas principalmente se isso for sinal de bonança
Ah, e esqueci-me de dizer que tenho pena de não me lembrar dos sonhos que tenho a dormir.
Se não fosse assim desmemoriada dos sonhos, talvez apanhasse mais histórias para contar, sobretudo para escrever.
O futuro, a vida que há para viver, também é desconhecida. Se assusta? Julgo que são menos as vezes que assusta, caso contrário ficaríamos bloqueados e não queríamos mais.
O medo também pode promover a fuga para a frente, ainda que essa fuga esteja envolta em protecção, que costumamos designar por cautela.
Não sei se a maior parte das pessoas pode afirmar que em termos gerais tem a vida que projectou… Julgo que não.
Se assim for, trilhámos e trilhamos muito mais desconhecido do que supúnhamos, e queimamos etapas sucessivas de desconhecido-medo. Não será isto similar a entrar em sonhos que não se conhece?
Mudando de registo, deixo um poema do Nuno Júdice, que hoje reli e me fez lembrar este post sobre os sonhos:
Distância
Entro no teu quarto como se
entrasse no mar. Um temporal de perguntas
enrola os teus cabelos. Lanças-te
contra as ondas de um sonho antigo,
e abres a porta da varanda
para te sentares à cadeira
do oriente, apanhando o vento
da tarde. “Não te levantes, digo,
e deixe que os teus olhos se libertem
de sombra, depois de uma noite
de amor, para me abrigarem
da luz estéril da madrugada”. Mudas
de posição, como se me tivesses
ouvido; e o teu corpo enche-se
de palavras, como se fosses
a taça da estrofe.
Desta história que se fala do facebook, o mais importante é o que não se fala,
Diz o gajo da dynamics a vender a manipulação das pessoas
O que as move é a esperança e o medo
E tem razão
A gente não se lembra dos sonhos que dormimos porque a gente vive os sonhos, cousa que não são sonhos mas a realidade paralela. É chato, às vezes encontramos a pessoa dos nossos sonhos nos sonhos e não nos lembramos. É uma chatice!
Podiam ser sonhos semelhantes aos que tive há uns quatro anos, que foram os últimos que tive a dormir dos quais me lembro. Digo assim porque já li que sonhamos todas as noites, ou sempre que dormimos, porque faz parte de uma fase do sono. No meu caso é muito raro lembrar-me dos sonhos.
Esses sonhos de há quatro anos aconteceram a seguir a ter capotado o carro. Estreei-me em acidentes de automóvel logo com uma coisa muito aparatosa. Deu três voltas, parou virado ao contrário e em condições de ser abatido, que foi o seu destino. É muito estranho assistir àquelas piruetas e ficar ao contrário, amarrada por um cinto, com as cortinas dos airbags soltas e na altura não ocorrer do que se trata e pensar ‘mas estes trapos não estavam aqui’ 🙂 Mas o instinto de sobrevivência é sempre mais forte, daí ter conseguido sair por um buraco do vidro lateral. Percebi que nem havia um único arranhão.
Tive de passar por aquelas conversas e avaliações com a polícia e o inem. Uma das coisas que me preveniram foi que aquilo não terminava ali, que durante bastante tempo iria acontecer lembrar-me, até por situações aparentemente não relacionadas e que seria natural ter sonhos desagradáveis ou pesadelos. Naquela altura pensei que estavam a exagerar e disse para mim ‘fraquitos (o médico contou-me que também já tinha capotado); comigo não vai ser… então é tão bom ter saído disto impecável.’
Julgo que os pesadelos aconteceram logo à segunda noite. E durante algumas semanas a fraquita acordou com as pernas doridas de tanta força que fazia durante esses sonhos.
Os deuses, que para mim é algo muito muito distante da coisa mística, não descansaram segundos para que eu pudesse contar a história!
E se do lado do sonho tivermos uma vida igual a esta, em que não nos lembramos de nada do que fazemos enquanto “acordados”?
Provavelmente os sonhos seriam mais fantásticos. Não no sentido de melhores, mas sim de mais surpreendentes.
E aí sim, se me lembrasse deles, dariam com certeza muitas histórias para contar. Esta é a parte que me interessa mais dos sonhos a dormir, a utilidade que lhes daria.
Porque talvez já nos tenhamos questionado como sonham os cegos, deixo o seguinte pedaço:
“Normalmente os cegos de nascimento, ou os que perderam a vista com pouca idade, não sonham com imagens, mas nos seus sonhos podem falar, escutar, sentir, cheirar, saborear, etc. Os cegos que perderam a visão com mais idade, possuem imagens nos seus sonhos, mas estas podem ir diminuindo com o tempo, e mesmo desaparecerem por completo. Geralmente, os cegos que perderam a vista já adultos, podem sonhar alguns dias com imagens, outros sem elas.”
Fui ouvir a Melanie Safka, que mulher poderosa. Durante a minha vida, houve músicas que me acompanharam, diariamente, em períodos mais negros e que sabia de cor. O Birthay of the Sun e o Rien de Rien, fizream parte do ano de 74, pária da família e de muitos amigos.
O deuses pararam durante alguns meses, para eles, nem o segundo do acender de um fósforo.
Não sei se ela é poderosa que não a conheço 🙂 mas a quando canta é!
O Birthday of the sun é um dos meus companheiros de viagem o rien de rien pelo mennos na voz dela não conheço, e tentei rapidamente descobrir sem grande sucesso. Lá voltarei
Gostei de te ver por aqui, por motivos egoístas também :), mas principalmente se isso for sinal de bonança
Ah, e esqueci-me de dizer que tenho pena de não me lembrar dos sonhos que tenho a dormir.
Se não fosse assim desmemoriada dos sonhos, talvez apanhasse mais histórias para contar, sobretudo para escrever.
Engraçado que é sabido que o desconhecido assusta. É preciso coragem para entrar num quarto ou navegar em mares nunca antes navegados.
E entrar em sonhos que não conhece?
O futuro, a vida que há para viver, também é desconhecida. Se assusta? Julgo que são menos as vezes que assusta, caso contrário ficaríamos bloqueados e não queríamos mais.
O medo também pode promover a fuga para a frente, ainda que essa fuga esteja envolta em protecção, que costumamos designar por cautela.
Não sei se a maior parte das pessoas pode afirmar que em termos gerais tem a vida que projectou… Julgo que não.
Se assim for, trilhámos e trilhamos muito mais desconhecido do que supúnhamos, e queimamos etapas sucessivas de desconhecido-medo. Não será isto similar a entrar em sonhos que não se conhece?
Mudando de registo, deixo um poema do Nuno Júdice, que hoje reli e me fez lembrar este post sobre os sonhos:
Distância
Entro no teu quarto como se
entrasse no mar. Um temporal de perguntas
enrola os teus cabelos. Lanças-te
contra as ondas de um sonho antigo,
e abres a porta da varanda
para te sentares à cadeira
do oriente, apanhando o vento
da tarde. “Não te levantes, digo,
e deixe que os teus olhos se libertem
de sombra, depois de uma noite
de amor, para me abrigarem
da luz estéril da madrugada”. Mudas
de posição, como se me tivesses
ouvido; e o teu corpo enche-se
de palavras, como se fosses
a taça da estrofe.
in, “A pura inscrição do amor”, Janeiro 2018
Desta história que se fala do facebook, o mais importante é o que não se fala,
Diz o gajo da dynamics a vender a manipulação das pessoas
O que as move é a esperança e o medo
E tem razão
A gente não se lembra dos sonhos que dormimos porque a gente vive os sonhos, cousa que não são sonhos mas a realidade paralela. É chato, às vezes encontramos a pessoa dos nossos sonhos nos sonhos e não nos lembramos. É uma chatice!
isso és tu que andas sempre com os sonhos à volta,
um dia andam os sonhos contigo à volta
talvez a pessoa dos teus sonhos no sonho se lembre de ti no sonho sem ser nos sonhos, e chama-te: ó Kodak!