Liberdade de expressão não é só saber que não sou preso, é saber que posso dizer a minha opinião sem sofrer represálias.
Uns rappers alemães ganharam recentemente o prémio Echo, o maior da Alemanha da Indústria musical.
A letra diz coisas como:
Aqueles Sírios violaram a tua rapariga, cabra
…
Fode-me e eu fodo a tua mulher grávida
e depois fodo a tua mãe, a cabra refugiada
Até aqui tudo bem. Depois meteram a pata na poça, ao escrever:
Os corpos mais definidos que um prisioneiro de Auschwitz
A máquina da censura começou a mexer-se. Foram acusados de anti-semitismo e de ódio aos judeus. Com medo das consequências os rappers desmultiplicaram-se em desculpas e explicações.
Não serviu de nada. Não só o prémio foi retirado como o extinguiram por completo. Consideram que o nome do prémio ficou de tal modo manchado pela frase “Os corpos mais definidos que um prisioneiro de Auschwitz” que será necessário um novo começo e um novo nome para o prémio.
Acusar os refugiados Sírios de serem violadores, pode-se. Dizer que se vai foder a mulher grávida dum refugiado, pode-se. Dizer que se vai foder a cabra refugiada que é mãe dele, pode-se.
Mas ao fazer uma comparação com o corpo dum prisioneiro de Auschwitz, fica-se lixado para o resto da vida.
Há muitos exemplos desta censura. O Mel Gibson esteve vários anos sem poder trabalhar e a carreira nunca mais recuperou. Curiosamente este facto, que já esteve na Wikipédia, foi retirado.
O Lars von Trier foi expulso de Cannes e banido por sete anos, por uma brincadeira, nem chegou a ser delito de opinião.
Helen Thomas a mais reputada correspondente da Casa Branca, foi despedida por ter dito numa pergunta feita na rua que os israelitas deveriam voltar para os seus países de origem. A Wikipedia diz simplesmente que ela se reformou.
Há inúmeros casos destes, e não há mais porque a malta sabe e tem medo e respeitinho. Na música, no cinema, no jornalismo, sabe-se que se pode dizer tudo, excepto pôr em causa Israel e os Judeus.
O castigo será tanto maior, quanto maior for a voz dessa pessoa. É só por isso que posso falar à vontade. A censura só se preocupa em calar quem seja ouvido. Assim deixam passar a sensação de liberdade, que na verdade não é.
Então, deixamos de ser livres a partir do momento em que aparece a religião? A religião não nos liberta? Oh, não. Enganaram-me!!
Malandros! Diz-me onde estão que vou lá bater-lhes 🙂
Maria Papoila, a religião nunca libertou ninguém. Eos judeus nada tem aver com religião, tem a ver com raça.
Estás a navegar em águas perigosas. Acho criminoso o lobby judeu, mas não vou tão longe.
Luís, não sei o que te diga, por estar de acordo contigo.
Claro que tudo que tenha a ver com a aceitação da violação e neste caso, um apelo à violação, é obsceno. Não deveria ser permitido, tal como não é o apelo à violência, criminalidade, terrorismo, etc.
Mas as sociedades ocidentais em geral, a portuguesa em particular, são pouco sensíveis (vide juízes portugueses) ao problema da violação e das suas vítimas.
Dás vários exemplos, mas o nazismo e o holocausto, na Alemanha, são assuntos muito sensiveis.
Tens razão, o nazismo talvez mais na Alemanha, mas o holocausto é criação americana. O lobby judeu que controla os media mundiais é americano.
Quem mais conseguiria criar esta omnipresença do holocausto judeu?
De todos os genocídios da história da humanidade é o único que não é ignorado ou esquecido.
O genocídio judeu tem um nome, holocausto e que deve ser escrito com maiúscula, como se fosse santa de altar.
O genocídio dos índios americanos não merece nome? Holocausto é só quando se trata de judeus?
De 25 milhões de índios, restaram menos de 2 milhões no final do genocídio. Não merecem indemnizações como os judeus? Os ciganos e homossexuais também foram alvo dos nazis. Porque não lhes abrem as contas na Suiça como fizeram para os judeus?
Há quem ponha em causa a imagem que nos vendem do genocídio judeu, incluindo o famoso numero dos 6 milhões. E com argumentos muito válidos. Mas quem o faça é preso. A EU passou uma lei especificamente para tornar crime questionar essa história.
Luís, pareceu-me que querias fazer notar que a organização apenas se tinha preocupado com o lado que tinha que ver com os judeus, etc. e que desvalorizava a outra parte… Entretanto, nessa notícia que está em link, encontro “De modo algum deseja-se que este prêmio seja percebido como uma plataforma para o antissemitismo, a violência contra a mulher ou a homofobia.”
Do mal, o menos, que parece não ter contado apenas uma parte, aquela em que a comunicação social etc. deu mais eco.
A arte também pode e deve desassossegar-nos e é bom que tal continue a acontecer nas várias expressões, mas não com possíveis incitações à violência ou com branqueamento de práticas violentas… Será que o são? Há mais possibilidade de funcionarem nessa linha porque é um estilo de música mais direccionada para camadas jovens, idades em que há menos filtros e em que a permeabilidade ao grupo é maior.
Pode-se olhar para isto e outras coisas do género, como humor…
Não tenho capacidade para discutir isto nessa linha porque me incomoda (no mau sentido, o de desligar imediatamente e ter vontade de fugir; e não o de me levar a algo de construtivo) o humor que assenta na desgraça/doenças graves/crimes/catástrofes/guerras… Acho que designam de humor negro.
Proibir/censurar é caminho a evitar.
Mas não era preciso ir para o lado oposto de premiar uma canção deste nível… Ah, é com base nas vendas… Pois, o mercantilismo a engolir-nos.
Relativamente ao segundo parágrafo do comentário 2 da inconfessável.
Os crimes que normalmente ocorrem em privado e que se movimentam no íntimo, também são fáceis de simular ou que lhes seja atribuída outra roupagem pela eventual vítima, daí que também por isso seja expectável e bom na minha opinião, que se siga uma linha de perspicácia e de objectividade comum à restante investigação criminal. Talvez isto seja confundido muitas vezes com insensibilidade.
Mais ou menos quero dizer que quem apresenta queixa de um crime deste tipo, tem de estar preparado (ou esforça-se por se preparar) que lhe façam todas as perguntas sem paninhos quentes, que duvidem, que baralhem e dêem de novo para ver se bate certo, etc… como acontece na avaliação de outros crimes, mas que as pessoas se apercebem menos por se tratar de fragilidade que tem mais que ver com o fazer da vida, com o prático, e não com o íntimo, o lado do recolhimento.
Mas é claro que o ÚNICO motivo de ter acontecido o que aconteceu foi terem feito uma referência aos judeus.
Não são duas palavras num comunicado que mudam tudo o resto.