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13 comments

  1. Há muitas formas de fazer algo maravilhoso e lindo todos os dias. É quem recebe que tem de estar sensível a isso, a maravilha e a beleza do acto não diminui se não for apreciado como deveria — ele foi maravilhoso e lindo para quem o fez.

    A habituação é que é a raiz de todos os males. Pelo menos se nos habituarmos a tabelarmo-nos sempre por baixo, porque fazer o difícil às vezes é demasiado… difícil. 🙂

    1. A beleza não diminui se não for apreciado?
      Uma árvore só faz som ao cair,se tiver ar à volta. A beleza é subjectiva e é uma qualidade dada por quem o acha belo.
      O belo no vazio não é belo, é masturbação.

      O que é demasiado difícil é impossível.
      Nunca fui muito carneirinho, mas desta vez estou mesmo no contra de brincadeira 🙂

      1. «O belo no vazio não é belo, é masturbação.»

        Estás a dizer branco no preto que, assim num primeiro exemplo que me veio à cabeça, eu estiver sozinha numa sala necessariamente vazia, estou obrigatoriamente a fazer coisas indecentes???

        Pronto, é desta. Nunca mais cá venho!
        Estamos conversados!

        1. Estou a dizer que estás a criar a tua própria felicidade 🙂

          A propósito de sala vazia. Uma que vi num filme que comecei a ver ontem. Num copo vazio, quantas gotas de água cabem?

          1. É uma felicidade relativa. Acho eu, que de salas vazias percebo pouco.

            Depende do tamanho do copo e da grossura das gotas.

  2. E quem diz que a gente se acostuma? tu!
    Eu não. Fico maravilhada com o que tu chamas pequenas coisas.
    Não existem pequenas coisas. As pequenas coisas são grandes coisas. Já a facilidade é outra conversa

    1. Pronto, pronto sou um acostumado ó sortuda 🙂
      Confesso que a mais das vezes passo os dias como se a dormir, pode passar-me à frente um trombone de quatro patas a descascar cenouras que nem reparo.
      Mas ás vezes também acordo, ó se acordo.

      E agora desafio-te a teres a conversa da facilidade. para se ver se é fácil. 🙂

      1. O fácil é muito difícil, sei-o bem, por isso a conversa fica para outro dia. 🙂

  3. Que bom trazeres aqui esse poema da Marina Calasanti.
    A gente se acostuma, mas não devia.

    A parte do toda a gente vai notar ou vai ignorar não me agrada pelo facto de facilmente se presumir que é sempre necessária a aferição dos outros e que a espectacularidade é que vinga ou tem mais força.

    Algo sem graça nenhuma, no sentido de não acrescentar nada de bom no sentido abrangente, bania-o de vez. Não me interessa para nada, mesmo que toda a gente note.

    Algo glorioso e lindo acontece todos os dias nas nossas vidas, numas mais do que noutras. E quanto menos se pensa no glorioso e lindo, mais importância terá. Tal como a felicidade e a liberdade. Quando se pensa nelas é porque estão a escassear. (Sei que já disse isso aqui.) Talvez o mais difícil seja conseguir uma vida gloriosa e linda feita de bem-estar, tranquilidade, a resolver as coisas, sem a ansiedade de se ter de inventar com frequência algo de espectacular. Por isso, fazer o fácil é que é difícil, sim.

    1. Porque é que se presume que o espectacular ganha ao belo?

      E porque se associa espectacular ao inesperado (que fui o que usei)?

      E porque é que apesar de se assumir isso, a maioria dirá que o importante é a coisa em si, o interior, e não as opiniões que giram à volta.

      Isso do difícil disse-o há algum tempo num contexto que não interessa agora, mas que tinha a ver com a constância das coisas.

      Ninguém espera que se se faça uma coisa que é difícil todos os dias. E por isso há pessoas que fazem um gesto muito bonito (e difícil) uma vez. E depois cagam no assunto.

      Isso é fácil. Requer um momento de esforço, e depois pode-se ir de ‘férias’.

      Agora fazer um pequeno gesto, uma pequena atenção (e fácil de se fazer), mas fazê-la todos os dias, é muito difícil.

      1. Novidade: finalmente atinei com o teu blogue, o que é espectacular! ;)))
        Está com tudo certinho. Comentários a entrar no mail que agora era a grande ambição por aqui. 😉
        Mas transpirei mais do que numa semana inteira de ginásio em treino de alta intensidade!

        Quanto à tua primeira questão, não concordo que o espectacular ganhe ao belo, mas reconheço que socialmente é maioritariamente assim.
        Repara: aqui não há necessariamente dois lados da barricada. O espectacular pode ser belo.

        Segunda questão: a noção de espectáculo está associada a algo que sai da norma, no sentido de não fazer parte da rotina e também por isso costuma ter uma componente de mistério.

        Terceira questão: a maioria dirá que o importante é a coisa em si porque socialmente é melhor aceite, é “politicamente correcto” como às vezes se ouve. Mas a prática mostra o contrário.

        Relativamente à noção de difícil parece-me que o que disseste é coincidente com o meu entendimento. Talvez haja ali uma ligeira nuance quando referi que a vida gloriosa e linda é construída essencialmente no dia-a-dia – reafirmo-o – que não espera o fogo de artificio de algo espectacular, embora o possa integrar de vez em quando. Só por isso pode ser designado de espectacular.

  4. Num copo vazio só se pode pôr uma gota de água
    depois da primeira gota deixa de estar vazio

    1. Humpf

      Está bem, está bem!

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