os telejornais são feitos a mando de anormais, por anormais, para anormais, a bem da normalidade
Por falar em normalidade, a norma é oferecer prendas que vão para a prateleira. Ou porque quem oferece escolhe inconscientemente as coisas que ela própria gosta, ou porque não faz a mínima ideia do que a outra pessoa gosta, ou porque não se está para se chatear a escolher e oferece a mesma coisa a toda a gente.
Por acaso as que dei hão de ir lá parar, mas foi propositado, fi-las (sim, fiz as prendas que ofereci, a bem da verdade ainda as estou a acabar) com esse objetivo.
Eu gosto de comprar prendas que tenham a ver com quem as recebe. Ainda assim, nem sempre acerto. Uma vez pensei que estava a fazer um figurão e a pessoa gostou tanto que me respondeu: se soubesse que me ias dar isto, não tinha gasto tanto dinheiro nos bombons que te comprei. Agora rio-me bastante, na altura não gostei nada.
Não vejo telejornais, só leio as gordas.
Paragrafo 1.
Isso é um bocado de batota, um bocado de bem pensado.
Paragrafo 2.
E assim se explica que cada vez mais gente tenha cães e gatos. E que eu, que teimo em preferir pessoas, tenha vontade de bazar para Marte.
Paragrafo 3.
Não leio as gordas, só vejo telejornais. E daí as minhas horas de almoço miseráveis. E de que preciso. E de que gosto.