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Anseios e uma dúvida

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When I yearn tenho devaneios a cinquenta moléculas por segundo

Num momento estou a calcular o que será a minha reforma quando lá chegar,
no outro a partir a louça toda como se não houvesse amanhã.

4 comments

  1. Pelo menos estás vivo, já que anseias. E pelo que anseias?

    1. Isso não é o mais importante, o o que conta é sentar-me e ansear
      🙂

  2. Leio / sinto / interpreto o anseio como desejo e acredito que é o desejo que nos move, mesmo quando dizemos estar a deixar a vida correr sem investimento ou em “serviços mínimos”.
    Às vezes, ou bastantes vezes talvez, é a busca constante de algo que nos galvanize de forma avassaladora (mas estas medidas não são controláveis, senão não era a vida :)), que atrapalha que se vivam bem, ou aproveitem, as conquistas que fizemos.
    Por isso penso que não deve ser dada muita confiança à pergunta “e depois o que vai acontecer?”, que julgo fazermos bastante, uns mais e outros apenas esporadicamente.
    Digo isto porque essa pergunta tanto costuma vir quando estamos bem, mas a ansiedade leva-nos a procurar ainda mais e a querer elevar o nível com medo que acabe o bem que temos; assim como também vem quando estamos mal e receamos mudar (ou tentar mudar) com medo do que poderá vir, do futuro.
    É por isso que neste departamento do desejo, do querer muito, tento – tento, mas isto é uma aprendizagem que nunca acaba – aproveitar aquilo que está bem na minha vida (prática e a do lado de dentro), o que também significa refrear o medo do que possa vir daí, para deixar acontecer; e tento também, aqui com maior êxito, julgo, seguir o princípio “quem não está bem (eu, é o que quero dizer, e quando é o caso), muda-se”, que o que vem a seguir hei-de conseguir viver.

    (Não sei se isto tem que ver com a reforma ou com o partir da louça; centrei-me no anseio / desejo.)

    1. Para além da interpretação, não acho que a tradução reflita a toda a beleza da palavra yearn.

      Adoro dizer ‘yearn’. I sit and yearn 🙂

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