E porque hoje está sol
Festa de Arromba
O menino pergunta à mãe:
– Mamã, mamã! Por que é que tu és branca, o papá negro e eu sou chinoca….?
– Filho, se soubesses a festa que houve naquele dia devias estar feliz por não ladrar!

Festa de Arromba
O menino pergunta à mãe:
– Mamã, mamã! Por que é que tu és branca, o papá negro e eu sou chinoca….?
– Filho, se soubesses a festa que houve naquele dia devias estar feliz por não ladrar!

1. São normais
2. São anormais

Acabei de receber um mail com este titulo. O primeiro vento que me passou pela cabeça foi que seria um coisa tipo andar num helicóptero descapotável para sentir na cara a sensação de voar.
Foi um instante só. Depois entrou em acção a casca de macaco velho. Quem se dá ao trabalho de dizer que é Real, é porque não é Real.
Ao mostrar uma coisa azul ninguém diz se presta ao ridículo de dizer que é azul.
Mas dizer que é verdade o que é mentira, é normal
E seria uma desconsideração não se darem ao trabalho de me convencer que é verdade o que é mentira.
Já me estou a desviar. Já ia começar a falar nas merdas que decidem parte das nossas vidas.
A primeira frase a seguir ao titulo do email que recebi é “Experience the real flight from your own computer”
Suponho que eles estejam sugerir atirar-me dum avião sentado no portátil.
Isto de alguma forma tem a ver com o que estava a pensar no outro dia. Não só as máquinas substituem as relações humanas, como vão substituir a realidade.
Desde há muito que se fala em realidade virtual. Mas alguém parou um bocadinho a pensar o que isso quer mesmo dizer? É uma realidade que não é real. Em conversas ouço pessoas a dizer meio a brincar (por enquanto) que com
o google street view etc, dá para ver como são os sítios quase como se estivessem lá, não vale a pena gastar tempo e dinheiro para ir. Vê-se no computador com vista aumentada em 360º.
Que tal pegar num embrião e põ-lo num casulo onde desfila pelos seus sentidos a realidade?
Bom paremos com o desatino. Vou fazer o post que vim aqui para fazer.
1.
‘A palavra bondade hoje significa qualquer coisa de ridículo. É preciso conquistar, triunfar.
Querer ser bom numa época como esta é se apresentar como voluntário para a eliminação.’
2.
Comentário usado para destacar o próprio texto:
‘Sem serem obrigados a deixar testemunho, obrigado por lerem’
Regra dum fórum de escritores:
‘Ler os textos dos outros e não simplesmente despejar conteúdos’
Visto por aí:
‘Desejo que, em 2018, todos leiam um texto até o final antes de compartilhar’
3.
Vejo um português a entrevistar uma brasileira. Fala com sotaque brasileiro.
Qualquer português assim que chega a Badajoz desata logo a falar Portunhol
Não tenho lembrança de ver na tv um brasileiro a falar com sotaque português, ou um espanhol a falar Espanhês
4.
Estava a ver este filme de 1994, onde há pessoas na fila da caixa de um banco.
Isto já não existe, agora são máquinas.
Está em curso a segunda revolução industrial. Primeiro as máquinas substituíram as pessoas na indústria, na produção de bens. Agora as máquinas estão a substituir as pessoas nos serviços, nas relações que dantes eram humanas.
Num futuro não muito distante não vamos lidar com pessoas no dia a dia, só com máquinas.
As compras são cada vez mais online, e já estão a ser feitos ensaios para entregas por drones e robôs. Se houver problemas ou questões com o produto, somos atendidos por chatbots e um computador do outro lado. O cinema e entretenimento vem por uma box. As conversas são através de máquinas com pessoas que cada vez menos conhecemos e por isso desprovidas da humanidade que só o contacto pessoal dá. A aprovação e popularidade também já foram maquinizadas, são likes e números. Falta um passo mais pequeno do que se pensa para que mesmo as conversas do dia a dia também sejam com robôs.
É uma mudança radical, no mundo e nas pessoas.
Esta mudança, esta direção foi pensada? Quem decidiu isto? E quem decidiu, conhece as consequências?
É isto que queremos? A mim assusta-me e não me perguntaram nada.
O consumo de álcool pode fazer-te pensar que estás a sussurrar quando na verdade não estás
O consumo de álcool pode fazer com que digas aos teus amigos vezes sem conta que gostas muito deles
O consumo de álcool pode fazer com que penses que sabes cantar
O consumo de álcool pode levar a acreditar que as tuas ex-namoradas estão à espera de um telefonema teu às quatro da madrugada
O consumo de álcool pode levar-te a pensar que consegues falar com lógica com as outras pessoas sem cuspir
O consumo de álcool pode criar a ilusão de que és mais forte, esperto, rápido e que tens melhor aspecto do que a maioria das pessoas
O consumo de álcool pode causar gravidez
O cnsummo de alcól pode Levar-te a pnesar que ssabs iscrve beim
Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.
Hoje desejo.
Desejo como desejava 12 anos atrás.
/desejo/
Desejo como sempre desejei em todas as idades.
A diferença é que agora tenho mais presente
o desejo de chegar a velho
e ter dentes.
Diz-se que Nietzsche foi internado depois de beijar um cavalo.
Uns dirão: Xiça, não o deixem sair tão cedo.
Outros vão à procura da história completa e pensam: Xiça, ainda há pessoas boas.
Fico na dúvida, se um sapo beijado dá princesa, o que dará um cavalo?
O beijador de cavalos era famoso pelos aforismos. Há um, que não sei como ele disse exactamente, mas o sentido era este.
Se vires um gajo às piruetas e pinotes na rua, chamas-lhe maluco.
Mas não serás tu que não ouves a música que ele que ouve quando dança?
Quem vive em caixas de sapatos, físicas ou imaginadas, abra janelas. Minúsculas, irregulares e irresponsáveis.
Há coisas que não me entram na cabeça, que não consigo deixar de achar absurdo.
Se houver um cão abandonado ou perdido, vejo milhares de partilhas e campanhas para lhe arranjar um sítio onde ficar. Não acho isso necessariamente mal.
O que acho mal é que para as centenas de pessoas abandonadas, a dormir na rua ao frio e à chuva, não existam campanhas e partilhas.
O que não percebo é que dar um pontapé num cão levanta um coro de indignação e um montão de vídeos no Facebook a denunciar a brutalidade.
Mas se der um pontapé no gajo que está à minha frente ninguém liga. Quanto muito terei direito a um comentário de café: estava ali um gajo que de repente sem motivo nenhum, vira-se e deu um pontapé no outro.
Isto é aberrante porque julgo que as pessoas estão muito antes dos animais, que é preferível matar 10 cães a cortar a perna duma pessoa.
Os defensores dos animais não dizem explicitamente que os animais devem ter tanto direitos como os homens. Mas muitas vezes tomam posições em que os põem à frente dos homens.
E fazem-no com uma sanha tal, que como no caso das ciclovias, se torna difícil dizer que o rei vai nu.
Publica o Nuno Markl nas inevitáveis “redes sociais”:
“Na venerável Faculdade de Direito de Coimbra, as novas leis de defesa dos animais foram debatidas… Professores académicos, em cuja academice eu defeco; são criaturas desprezíveis e trogloditas que representam com clareza o complexo de inferioridade nacional: às vezes somos tão pequenos que só conseguimos sentir-nos maiores diminuindo os alvos mais fáceis. Senhores professores, ide para o c#%*lho.”
Terá o Nuno Markl nalgum momento futuro uma publicação tão sentida como esta, mas desta vez a defender os direitos dos homens?
Fiz uma pesquisa rápida e a única outra indignação que encontrei, foi contra a censura. Tinha sido barrado de fazer likes no Instagram.
Acho que o que o motivo é que se tem pena dos animais, olha-se para eles e pensa-se ‘coitadinhos’.
Já dos homens não temos pena. Os homens não têm aquele olhar, nem nos lambem a mão. Consciente ou inconscientemente acha-se que quem dorme na rua é porque é drogado, preguiçoso ou burro. Que quer ou merece dormir na rua.
Se lhes cai uma bomba em cima é porque são maus. Se cair um prédio é porque são imprevidentes.
Os animais, não. Os animais são inocentes, fofos e precisam de nós.
É preciso pensar que também os homens são inocentes e precisam de nós.
Mesmo quando não são fofos.