Há um fogo imenso
que quase conheço.
Deito-me a seu lado
e quando os olhos arderem
devagar, beija-me.
que quase conheço.
Deito-me a seu lado
e quando os olhos arderem
devagar, beija-me.
que há no rosto dela
o negro chove-me pelos dedos
os cabelos descem como beijos
e a noite era algo que guardávamos em silêncio no corpo
assim reinventámos a inútil arte de amar
nos intervalos do amor não há nada
só o bolor
como pode o bolor queimar tanto como queima?
mas mesmo nas cinzas resta fogo
mesmo no fogo restas tu
um ramo noutro ramo
e a voz baixinho junto ao peito
uma fatia de tecido
outra fatia de tecido. mais fina.
e finalmente a pele.
peguei na tua sombra e voámos
(fomos felizes)
a cheirar a terra
peguei nos teus olhos e dançámos
semeia com a língua mãos aqui neste lugar
aqui
na (ternura) de um beijo