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Num programa de rádio

perguntava uma senhora o que poderia fazer para deixar de fumar sem lhe custar, sem ter dificuldades. Resposta do senhor do estúdio: milagres não há.

Assaltou-me que esta pergunta é tipica. Instalou-se o culto do prazer preguiçoso. Queremos mundos e fundos sem fazer nada por isso. Todos exigem mas ninguém luta.

Queremos ficar ricos mas sem muito esforço. E viva o Euromilhões. A sorte e o estado que olhem por nós. Estar em forma sem ter que suar. Ser culto sem ter que ler aqueles livros muito pouco divertidos.

Meus senhores, o céu conquista-se.

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E vergonha, não há?

Há.

Regressado de férias, tento ver o que há de novo pelas nossas bandas. Perdido numa página interior do DN encontro uma pequena nota. As admissões da Administração Pública vão deixar de ser publicadas no Diário da República. Ou seja, vai deixar de ser possível saber quem é contratado pelo Estado. Prova que os nossos “governantes” têm vergonha quando contratam a peso de ouro os amigos e os enteados.

E a pequenez do artigo do DN prova que têm vergonha de ter vergonha. O facto de ninguém querer saber, prova que não é só o artigo que é pequeno.

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Para ser justo

Os que são apanhados a roubar o estado em milhões de euros por vias fraudalentas, devolvem o que roubaram e vão em paz.

Lembram-se por exemplo do caso das facturas falsas que envolvia grandes empresas? Quando a noticia saiu nos jornais, pagaram os impostos e pronto, nem acusados foram.
Volta e meia ouve-se casos desses, fulano de tal apanhado a fugir ao fisco, paga e fica tudo bem.

Acho que quem fosse apanhado com uma TV roubada às costas, devia poder devolver o televisor e ir em paz.

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Mais coisas que estranho…

De vez em quando passam uns filmes na televisão com os gajos da resistência francesa. Uns heróis. Os gajos que perante a invasão do seu país por tropas estrangeiras, se revoltam com risco da própria vida. Nunca vi chamarem-lhes terroristas ou numa versão mais soft, insurgentes. Palavra inventada pelos americanos e que todos os media muito obdientemente copiaram.

Sempre pensei que em tempo de guerra só fosse “crime” matar civis. E que revoltar-se contra tropas estrangeiras que nos invadem fosse pelo menos “compreensivel”.

Em 2002 numa batalha no Afeganistão em que o seu pai morreu e o irmão mais novo ficou paralizado, Omar Khadr é acusado pelos EUA de ter lançado uma granada que matou um soldado americano.

Omar Khadr tinha 15 anos. Está desde então preso em Guantanamo indefenidamente. Deve ter agora 19 anos.

Pergunta: se um moço de 15 anos está lixado por ter morto um soldado que invadiu o seu país, o que aconteceu ao soldado que matou o pai dele?

O segredo? Estar do lado dos bons, leia-se poderosos.

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Contas

Ao contrário de outras guerras anteriores, os EUA não dão informações sobre os ataques aéreos que fazem. Tudo o que sabemos são pedaços que se escapam pelas frestas. Sabe-se (Courier International) que no pico da batalha pela reconquista de Fallujah os EUA lançaram 500.000 toneladas de bombas sobre a cidade.

Antes da guerra começar Fallujah tinha 500.000 habitantes, agora terá 250 a 300 mil
Os EUA passam a vida a falar das bombas de “precisão” que matam os “insurgentes” e minimizam os mortos civis.

Sou só eu que acha isso inconsistente com o facto de se lançar num curto espaço de tempo 1 a 2 toneladas de bombas por cada habitante?

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Hipotenusa

Um grupo armado de portugueses rapta um soldado espanhol. Espanha em retaliação invade Portugal e prende os ministros portugueses.

Um ministro português em viagem a Madrid é mandado parar na fronteira para ser revistado e despido.

Espanha, não contente com o resultado das eleições em Portugal desvia em conivência com a banca e instituições financeiras, práticamente todas as receitas do governo português.

Na Palestina não é hipótese, é realidade.

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Periodicamente fico farto

Farto da cnn e da tsf. Farto de um mundo onde os bons da fita matam torturam e violam.

As palavras sabem-me a pouco. Façam-me um favor.

Levantem-se da cadeira onde estão e na parede mais próxima, batam com a cabeça até que escorra sangue.
A tortura praticada pelos bons nas prisões secretas dos países “amigos” é mil vezes pior.

Peguem numa pistola e matem o vosso filho, o vosso irmão ou a pessoa que por acaso está ao vosso lado. Assim já sabem o que é viver no Afeganistão, no Iraque ou na Palestina.

O engraçado é que não é disto que estou cansado. Estou farto dum mundo onde me canso. Estou cansado.

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Voltas à volta das cuecas

Aqui há dias vi na primeira página de um jornal “O mundo inteiro já viu as cuecas de Letizia. Veja você também!”

Pensei com os meus botões: mais um marco no jornalismo portugês. Incansáveis, procuram sempre formas de atingir níveis de profissionalismo e de audiências nunca antes alcançados. Cada dia tenho mais vontade de comprar jornais. Lembrei-me dos tempos em que o “Crime” era um jornal marginalizado porque só publicava noticias da mulher que batia no marido, do fulano que matou à facada o sogro, esse tipo de coisas. O resto dos jornais falavam de politica, de guerras, das cenas que lixam ou matam milhares e não só a mariazinha da esquina.

Agora ao propor-me escrever este pequeno devaneio, pretendia ilustrá-lo com as ditas cuecas. Já que todo o mundo viu, caso não tenhas visto, não queria que fosses para a cama dormir com a ansiedade de ser o único a não ter visto o tecido intimo da letizia.

O curioso é que é quase impossivel encontrar a foto. Na internet que tem tudo (e ainda mais tratando-se de cuecas!!!) não encontrei.

E pus-me a imaginar com os meu botões o adido de imprensa espanhol a telefonar para os jornais, para os ISP, etc. E não é que resulta? A google não filtra os conteúdos que vão para a china?

E pus-me a pensar com os meus botões: Isto é o que me chega e que sei que não chega aos outros. E o que filtram antes de chegar a mim? Nunca o saberei. Ah, admirável mundo novo. Quero o mundo velho.

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Alguém ainda acredita na “Democracia”?

Ainda alguém acredita na “bondade” dos “servidores do estado” que coitados fazem um sacrificio tão grande em prejuízo das suas carreiras e vidas pessoais?

A EDP tem um novo assessor jurídico. Foi nomeado pelo ex-ministro António Mexia (actual presidente executivo da EDP). Vai ganhar cerca de 10.000 euros por mês.

Quem é esse tal novo assessor? Pedro Santana Lopes.

Quantos “cargos” destes se pode acumular? E quem o impede de não fazer pevide? Pois.

Nas próximas eleições não se esqueçam de ir lá pôr o papelinho para eleger esses senhores tão competentes e que se sacrificam para legislar e decidir em nosso nome.

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Leituras dos jornais

Nesta história dos motins de são Paulo, ouço falar no PCC (Primeiro Comando da Capital). Penso óbviamente que faz parte da estrutura governamental, Policia, Governo Civil, algo assim. Não. Isto é a estrutura dos “outros”, do lado dos “maus”.

Fica-se a saber que o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, é também consultor para a estratégia internacional da Afinsa. Provavelmente de outras, que não venham nos jornais.

Quando o senhor Martins da Cruz vai ao estrangeiro, nunca se enganará nos chapéus? E quando põe o de MNE consegue tirar por inteiro o de consultor da Afinsa? Quando defende os interesses de Portugal, consegue abstrair-se dos interesses da Afinsa? E a Afinsa quando lhe paga, espera do Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, somente conselhos?

Perguntas.

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