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armado em Fernando Pessoa

não sou nada
mas não sendo nada, sou tudo

(tenho q ver se é cópia chapada ou só cópia pensada)
depois de investigado, é cópia pensada, o gajo falava de sonhos
eu não sendo arquitecto, construo
não sendo pintor, pinto
não sendo escritor, escrevo
não sendo piloto, voo
não sendo padre, prego
não sendo dançarino, bailo
não sendo estudante, aprendo
não sendo actor, represento
não sendo filósofo, penso
não sendo músico, toco
não sou nada de tudo o que poderia ser,
e de tudo sou um pouco

daí a dificuldade perante a pergunta “o que fazes?”
ou quando alguém se aventura com um “és o quê?”

diga o que disser, estou a mentir

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Nada é mais perigoso que a ignorância

Será que o sindrome do “no meu tempo é que era bom” me está a afectar, ou a intolerância está mesmo a aumentar a olhos vistos?

Incluindo a face mais negra da intolerância que é a censura. Quer pela eliminação pura e simples, quer pela violência dos ataques.

O que me entristece é que mesmo quem em teoria defende teses mais solidárias, cala e insulta as vozes discordantes.

Num forum que parece próximo do PC, apagaram um artigo que punha em causa posições do PC a dar cobertura ao Medina no caso das manifestações.
Primeiro porque citava o Observador, não porque não fosse verdade, mas por ser o Observador é apagado.
E porque o assunto era “desnecessáriamente incendiário”. Nem digo nada. Malta nova de esquerda, não devia ser revolucionária e incendiária? Agitar as águas paradas e dizer não à injustiça?

E aceita-se isto com naturalidade, sem indignação visivel. Que por todo o lado existam ‘moderadores’ (leia-se censores) que apagam discricionariamente o que não gostam ou não concordam.

Pior, há uma corrente dominante que acha bem a eliminação de “noticias falsas”. Informação falsa e/ou tendenciosa sempre existiu. Quem não ouviu as teorias que o 11 de Setembro foi feito por americanos, que ninguém aterrou na lua, ou que há ovnis e extra-terrestres entre nós?

Compete-nos perante o que lemos e vemos valorizar e decidir. O perigo que a verdade e mentira passe a ser decidida por outros é enorme. Que um dos lados da história passe a ser censurado e que não se saiba da sua existência sequer.

Muita coisa que é veiculada pelos media como verdade, para mim é falso. Porque muito do que é dito é intencionalmente distorcido para servir alguns interesses.

Por mais absurdas, descabidas ou perigosas que sejam algumas versões quero que sejam ditas e quero conhecê-las.

Nada é mais perigoso que a ignorância.

E ninguém é dono da verdade.

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Maquinismo

A máquina serve o homem ou o homem serve a máquina?

Tenho um milhão de manuais de instruções de como aprender a lidar com todo o tipo de maquinaria.
Quantos manuais há para as máquinas aprenderem a lidar comigo?

Os homens mudam os gestos, o ritmo, os hábitos, até o rumo do pensamento conforme a máquina que usam.
Muito mais que as máquinas.
Que não pensam. São máquinas.

Lembrei-me do que mandei para o DN Jovem quando era putezinho:
‘O cidadão, encontra-se perante uma ciência sacralizada, impotente para questionar as opções que lhe surgem como factos inelutáveis. A crítica, competência exclusiva de especialistas, é-lhe retirada. A ciência criadora transforma-se em técnica irresponsável onde “tudo o que pode ser feito será feito”. É urgente, pois, que o cidadão assuma o controlo da tecnologia, que, a um ritmo crescentemente vertiginoso, toma posse de actos e pensamentos.’

‘É no desequilíbrio entre a esfera individual e a colectiva, entre a produção e a forças que a controlam, que poderemos encontrar a raiz do deserto emocional em que nos encontramos. Uma sociedade individualista e pragmática, que acredita no existente e não no possível. Onde o indivíduo é expropriado até de si próprio.’

Eu mudei. O mundo mudou. Já ninguém escreve assim.

Nada mudou. Podia escrever tudo isto hoje sem alterar uma virgula.
Alguém questiona como vai ser o próximo iphone ou a próxima ‘maravilha’ tecnologica?
O que nos puserem à frente vamos usar.

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