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Aperto de mão

Está na moda este aperto de mão. É usado mais informalmente e como sinal de intimidade.
Mas está tão vulgarizado que nunca se sabe. Estava a almoçar, chega um senhor menos jovem de fato impecável, e cumprimenta o outro assim.

Dantes só havia um aperto de mão, era estender e apertar, não havia nada que saber.
Agora na fase de aproximação temos que ir fazendo a avaliação de qual dos apertos de mão se vai usar.
Um pouco por causa disso, surgiu uma técnica que já domino. Começar pelo aperto tradicional, e a meio num movimentos subtil de mãos mudar para o novo. Assim cobre-se todas as bases.

Já tínhamos o tu e o você para decidir com quem usar, agora mais o aperto de mão.
Saudade de quando a vida era simples.

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Uma pedra tem flutuações de humor?

Pode ter

A. porque não tem, mas pode vir a ter

B. porque pode ter ou não, sem que a gente faça ideia se tem

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Gaza

Um grupo de palestinianos protesta junto a uma vedação.
Othman Helles, de 15 anos de idade, empoleira-se na rede.
Um soldado israelita dispara e mata-o.
A sentença com que esse soldado foi castigado saiu ontem.
Um mês de serviços comunitários.

O youtube apagou este video, é impossivel encontrá-lo no youtube.
Recebi um aviso que em caso de reincidência receberia uma punição.

Motivo do youtube:
Conteúdo com o objetivo de elogiar, promover ou ajudar organizações criminosas violentas não é permitido no YouTube.

O meu motivo:
Matar impunemente um miúdo de 15 anos não deve ser silenciado. Devemos denunciar e protestar.

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Saldos

Nunca fui de ódios nem de magoar com vontade. Consegui entretanto perder a inveja e a necessidade de ter a última palavra. Ou de ter a palavra.

Perdi o assobiar na rua e tenho pena. Andava e assobiava imenso. Tinha um repertório. Às vezes ainda tento.

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Pausas

Ontem pus a sacar tudo o que pude do Louis Theraux. Hoje ao acordar, comecei a maratona.

Ele sabe o que perguntar e como perguntar. Sabe escolher a quem perguntar.
Pergunta o que nunca seria capaz. Mostra-me o que nunca veria de outra maneira.

E relembrou-me o poder de uma pausa na conversa.
Quando a pessoa com quem está a falar acaba uma frase, por vezes não responde nem pergunta. Fica em silêncio.
Em parte porque se dá o tempo para pensar, em parte pela pressão de quebrar o silêncio faz com que a pessoa diga coisas extraordinárias após a pausa, ao retomar o que dizia.

O melhor não é o que se diz primeiro. Precisa de tempo e espaço para aparecer.
É como um amor. Precisa de namoro.

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