Gosto das coisas simples
Gosto das coisas simples, como o céu numa tarde de Setembro.
Por muito que olhe, há sempre mais.
Gosto das coisas simples, como o céu numa tarde de Setembro.
Por muito que olhe, há sempre mais.
tudo o que não me deu
Tenho sentimentos divididos sobre a massificação da internet.
E alguma nostalgia dos tempos em que a internet era uma aldeia pequena.
As pessoas dedicavam-se. Às coisas e às outras pessoas da aldeia.
A internet tornou-se numa cidade de biliões de pessoas. Impessoal e calculista.
O esforço para não desaparecer na multidão é imenso. As pessoas esgadunham-se para serem vistas.
Há cursos, tácticas e truques sobre como ser popular, aparecer, ter likes, visualizações e trinta por uma linha.
Trocar um amigo que te diz ‘está porreiro, pá’, por um milhão de ‘seguidores’ é o absurdo em cuecas.
Há algumas coisas que faço desde há muitos anos. E se o número de pessoas que visitam cresceu para números que nunca imaginei no inicio, o retorno emocional, a motivação, diminuiu na mesma proporção.
Diz-me como seguras no garfo
dir-te-ei como seguras no garfo
Os temperamentos anais são os picuinhas, os minuciosos
E são esses que não podem argumentar: é pá, enganei-me
Há quem diga que a vida é matemática
Ou responde ás leis da causalidade
Mas ninguém sabe a fórmula
ou as causas
Por isso que se
Só me preocupo em saber o que é útil, o resto é para receber com a mais doce inocência
Por isso não há médicos para os males de amor.
Seria assim: Olhe, senhor doutor, tenho
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.