Inesperado
há paixão que não seja inesperada
amor sem ser devastador
ou loucura que não seja verdadeira?

há paixão que não seja inesperada
amor sem ser devastador
ou loucura que não seja verdadeira?

Procuro bonitos cozinheiros niilistas
senhores de penetrâncias infundáveis, vagamente iluminados por tartarugas diurnas
e que depois me contem como não foi


tic tic tic lá vão os segundos depois os minutos e as horas, e o dia de repente passou
colados aos dias vão meses e anos a uma velocidade assustadora. para onde foram?
ainda aqui estou e já tenho que ir. pestanejo e é amanhã.
quero um tempo sem tempo. preciso urgentemente de alguma coisa que agarre o tempo.

O silêncio não se gasta, não se machuca. O silêncio não se estraga com outro silêncio que se venha sentar a seu lado. Fica só um silêncio melhor.
As palavras cansam-se de repetidas, sabem a usado. As palavras estranham a vizinhança. Se uma não se der bem com a que está à sua beira, é a desarmonia.
Isto tudo para dizer o quê? Que há tanta gente que fala desencontrada, mas ninguém se desencontra ao calar-se.
Pode haver desencontro na ausência, que não é o mesmo que silêncio. Quem já se foi não se pode calar.
Não me apetece dormir, prefiro estar aqui silêncio com silêncio.
eternamente
e nem tive tempo de o aprender
Faculdade de letras
Alguém que nunca viste antes senta-se à tua frente, põe a mão no queixo, olha-te nos olhos
e pergunta numa voz dormente
O resto não me lembro com precisão agora 🙂