Amor
«O Amor é a melhor coisa que existe no mundo. Mas o futebol ainda é melhor!» – Guilherme, 8 anos
«Sou a favor do amor, desde que ele não aconteça quando estão a dar desenhos animados» – Ana, 6 anos
«O amor é a loucura. Mas quero experimentar um dia» – Fábio, 9 anos
A idade certa para casar
«Aos oitenta e quatro anos, porque nesta idade já não precisamos de trabalhar e podemos passar o dia inteiro a namorar com a outra pessoa» – Júlia, 8 anos
Solteiro ou casado?
«As raparigas devem ficar solteiras. Os rapazes devem casar-se para terem alguém que lhes limpe a roupa e lhes faça a comida» – Catarina, 9 anos
Manter uma relação
«Não esquecer o nome da namorada. Isso estragava tudo!» – Ricardo, 8 anos
Tácticas infalíveis
«Levá-la a comer batatas fritas costuma funcionar» – Bernardo, 9 anos
«Gosto de hamburgers e também gosto de ti» – Luma, 6 anos
da natureza
«Um livro tem palavras que fazem sonhos» – Joana, 3 anos
«Poesia é uma coisa que não é a mesma coisa mas é igual» – Beatriz, 4 anos
«Este gelado até inverna as mãos» – Gonçalo, 4 anos
«Estou com tosse. Engoli frio um dia» – Inês, 4 anos
«O céu à noite é um lençol com estrelas» – Gustavo, 5 anos
«És o vento a brilhar» – Madalena, 6 anos
da sensatez
«Nunca te metas com uma miúda que já te bateu uma vez» – Pedro, 9 anos
«Se a tua mãe esteve a discutir com o teu pai, não a deixes pentear-te» – Sara, 12 anos
Jogos olímpicos.
Quando a selecção da Nigéria chega já tarde ao hotel de estágio, dizem-lhes que não há comida.
Eles, no problem, mandaram vir pizzas.
Depois o hotel não tinha capacidade para lavar a roupa toda.
Eles, no problem, arregaçaram as mangas, lavaram a roupa e estenderam-na nas janelas e corrimão da escada.
Depois a Argentina e Brasil tinham melhor equipa e eram favoritos.
Eles, no problem, desataram a correr e levaram a taça para casa.
delirio debalde

Lisboa.
Dois baldes pretos no chão.
Passa uma pessoa, não repara no primeiro, e atira um papel para dentro do outro.
Setúbal.
Dois baldes pretos no chão.
Passa um, olha para dentro do balde, “atã sóce, o que é que está a dar hoje?”
Isto é uma sanita ligada à internet?
Um mundo de possibilidades que se abrem,
até tenho medo de começar a pensar 😀
É claro que uma sanita com comando à distância também pode ser o seu interesse.
E os sensores que aquilo deve ter?!


Quando falta a electricidade faz-se na do vizinho?
A propósito, de onde veio essa ideia do sono dos justos? Que quando se está mal com a consciência se dorme mal?
Li agora mesma na Antologia do esquecimento “O sono pesado vem de andarmos bem connosco e com o mundo, parecendo-me hoje que o desequilíbrio entre ambos seja a razão última das insónias.”
Até me agrada a ideia. Preferia não dormir, mas durmo como um animal que durma muito.
Viro-me para o lado e durmo. E só acordo se a luz ou alguém me bater.
Mas quer-me parecer que isto é mais um mito urbano. Quem decidiu que é essa a causa?
Tantas vezes que ando mal comigo e durmo. E com o mundo então, nem se fala.
Ok, de volta a casa vamos lá a ver o que consigo fazer com isto.
Com um teclado ajustado às minhas mãos, já consigo pôr as letras numa sequência normal.
A ideia original era que chegar ao centro duma pessoa é como chegar ao centro da terra. Não deve ser uma ideia original, mas quero que se lixe. Com tanta gente na terra ainda querem coisas originais? Para mim é original. Lembrei-me disso agora.
A cena poética também está posta de parte. A porra dos astros todos desalinhados.
Vamos lá a ver se consigo fazer alguma coisa com esta salganhada. Apagar? Ná! Demasiado fácil.
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Não é fácil chegar ao centro da terra. E nem é por causa da lava.
Já alguém chegou à lava? A lava é que chega a nós. A terra é que tem vulcões e nos atira a lava à cara.
A gente tem a mania. Falamos em vulcões e em voar. Até eu.
Voo tão poucochinho.
Acho que não consigo saltar mais que cinquenta centímetros.
E esquece lá os vulcões. Como é que se faz aquilo?
Ok, no mar dou uns mergulhos. E em pensamento faço mais. Conta?
Há-de haver um vulcão lá no centro da terra que está pensar nisso.
Beijem os vulcões.
(da primeira versão mantenho uma frase e a ideia, é importante beijar mesmo quem pensa em vulcões)
Gostei de escrever isto. Amanhã veremos.
sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
ok, nem sempre 🙂


Quero ser enterrado no ar, aqui no meu nono andar.
O rio lá em baixo, o zeca afonso bem pertinho.
Quem sabe o que se faz na eternidade, pode ser que a gente se entretenha a cantar.
Acho que me ia sentir bem ali.
Não quero nada de latas nem pinotes. Só o rio, música e olhos para os fechar, satisfeito.
De olhos fechados sinto quem está ao meu lado.
