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Polititicamente incorrecto

Está na moda dizer-se que andar de bicicleta é que é bom. Que faz sentido encher-se a cidade de ciclovias e lugares de estacionamento só para elas.

Quem diga o contrário é crucificado mesmo que o absurdo seja óbvio.
Usar a bicicleta como meio de transporte em Lisboa faz tanto sentido como andar de trenó.

Ao contrário dos países de onde se quer importar esses modelos, Lisboa está cheia de colinas. Cá a maioria das pessoas mora a grande distância do trabalho. Pelo caminho muitos vão buscar as mercearias e e os filhos.
Passa pela cabeça de alguém ir de bicicleta do centro de Lisboa para o Cacém ou Seixal? No inverno chegar ao trabalho alagado de chuva e no verão de suor. Depois faz o quê, toma banho no lavatório da casa de banho?

Por causa de meia dúzia de gatos que usam a bicicleta ao fim de semana para passear e de outra meia dúzia com profissões liberais, poucos horários e dinheiro para morar no meio de Lisboa temos que gramar todas as alarvidades.

Passo por esta rua com muita frequência. Nas centenas de vezes que por lá passei, só vi 1 (uma) bicicleta a passar. Os carros passam continuamente.

Isso não impediu uma inteligência rara de lá criar uma ciclovia com um murete que em caso de avaria ou acidente gera o caos, porque deixou haver espaço para passar ao lado.

Uma das maneiras de se fazer calar quem diga que o rei vai nu, é chamarem-lhe troglodita. Que andar de bicicleta é ser-se civilizado e educado.

Desculpem, mas não. Para a esmagadora maioria das pessoas ir trabalhar de bicicleta, não é educado, é burro.

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A pensar

Sou ateu. No entanto reparo que a maior parte dos meus princípios morais são os mesmos da Igreja Católica.

Talvez não seja tão ateu como penso que sou.
Porque sendo criado dentro duma Igreja, há coisas que ficam para sempre.

Um ateu criado como Budista, é mais próximo dos membros dessa religião, ou de mim?

Ou seja, um ateu é religioso no dia a dia, nos comportamentos.
A única diferença é que abdica da graça de pensar que no fim disto tudo vai ter uma recompensa.

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E se fosse uma pessoa?

Se soubesse que alguém me pegava no telefone sem eu saber e ia ver a minha lista de contactos e a as chamadas que fiz e recebi, não ia gostar. No mínimo.

Hoje fiz o download o meu histórico do facebook. Comecei por ficar maravilhado com a lista de contactos (nomes, números, anotações, empresas, cargos profissional, etc) que o facebook copiou do meu telefone. Foram meter o bedelho em tudo, mesmo de pessoas que nunca contactei pelo FB. Até lá está o número dum pintor a quem telefonei em tempos, e que se calhar nem tem facebook. Mesmo contatos que entretanto apaguei ou perdi, lá estão.

Pior ainda. O facebook registava todas as chamadas que faço e recebo. A quem liguei, quando e durante quanto tempo. Um exemplo do detalhe, que eles capturam:

E digo registavam que por causa dessas e de outras, não tenho a aplicação do facebook no telemóvel.

A pergunta é:
Com tanta legislação relativa à privacidade, sigilo e protecção de dados, como é que é legal que apps façam isto e que a Google deixe que as apps façam isto.

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Cambridge Analytica e o Facebook

Desta polémica toda o mais importante é o que tem sido menos falado. A questão da privacidade do facebook, são “piners”.
Que diz o gajo da Cambridge Analytica?
Que ganhar eleições não tem a ver com factos e sim com emoções.
Que o que move as pessoas é a esperança e o medo.

Para conseguir que as pessoas vão em certa direcção é trabalhar estas emoções, mesmo que inconscientes.
Quantas coisas fazemos, dando a explicação que “nos apetece”, ou porque “queremos”?
Na verdade está algo mais por trás. E estes senhores são especialistas nisto, no que que muitos chamariam manipulação.

Eu tento estar de pé atrás e não me deixar manipular. Apesar de achar que não ganho nada com isso, antes pelo contrário.

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Votar com dinheiro

Coisas que me parecem absurdas sendo normais.

As empresas não podem votar. A teoria diz que as pessoas é que escolhem os governos, e o voto de um rico vale o mesmo que o voto de um pobre.

Os partidos com mais dinheiro podem fazer mais publicidade e aparecer mais nos outdoors, jornais e televisão. Organizar um comício custa dinheiro, palcos, som, seguros e sei lá que mais. É sabido que os grandes partidos pagam “excursões” à malta da província para virem passear ás capitais, desde que marquem presença no comício. Tudo isso custa dinheiro.

Então porque é permitido ás empresas darem dinheiro aos partidos de que gostam? Ninguém vota em partidos pequenos (que aparecem pouco) por causa do voto útil (outra parvoíce).

Dar uns milhões de euros a um partido é muito mais importante que votar nele.

E se o estado desse uns milhões de euros de subsidio aos filhos de pais ricos, e nada aos filhos de pobres?
Se isso está mal, porque raio está bem no caso dos partidos?
Os partidos grandes e cheios de massa recebem subsídios do estado (nós).
Os pequenos têm por missão continuarem pequenos, obrigado.

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