em todas as noites me feres como um animal
a carne queimada junto ao coração
A tua meterologia é tão simples.
Se me sorris o sol brilha,
se não te vejo caem trovões.
Meu deus,
que escuros são os dias sem ti!
Quem inventou a dor ao fim de um dia de sal?
Quem te imaginou na minha cabeça?
Quem apagou a luz do céu?
Esta (não sei como lhe chamar) toca-me duma maneira que não tem tamanho. Como se pode ser insensível a uma pessoa que se dá desta maneira? E no entanto a poucas pessoas falei nisto, porque sei que essas poucas pessoas nem ouviram até ao fim, por falta de interesse. E a mais não falo. Porque razão me hei-se massacrar mais? Se me quiser sentir de marte, vou para marte.
Há quem diga que a chuva são lágrimas
Pessoalmente não acredito. O INEM não sairia de casa por tão pouco.
Não se fecha estradas ou interrompe o trânsito por um lamento.
No entanto, mesmo quando choras em silêncio, sinto o grito da terra.
E nesse momento o mundo acaba.
e outro, e outro, e outro, e mais outro. Ah máquinas infernais, parem esse matraquear de dias sem fim.
Parem esse morrer e nascer incessante de coisas velhas.
confesso que me canso
canso-me dos almoços e da falta de almoços
canso-me dos risos e da falta de riso
canso-me dos silêncios e da falta de silêncio
canso-me
até de me cansar