A terra abre-se
faz-se espada
rasga a carne
vem
faz-se espada
rasga a carne
vem
de pé
…
para morrer
cala-me
Tanta água. E desaparece tão depressa como se por artes mágicas. A terra chupa tudo. Chupa tudo e desaparece. Para sempre. Quem se lembra da chuva de ontem?
Ando perdido e ando roto. A única vantagem do modelo dos blogues é reflectirem estas coisas. De resto é um sorvedouro. Tal como a terra com a chuva.
arranca-me os olhos
liberta-me do chão
de vez em quando vejo algo que é perfeito
depois passa e desaparece.
de vez em quando vejo algo que é …
e fica. sou eu.
e depois reparo que a perfeição. que a perfeição está suja.
A vida é uma merda. A gente dobra-a, verga-a, pomos-lhe umas mantas e uns cartões a modos de conforto. Dói menos, amortece as feridas. Há mesmo uns momentos em que pensamos ser tudo nosso. Mas não, a realidade é que a vida dói. E muito.
Sabem o que me separa de um suicida?
É que mesmo esta dor que a vida me traz, me sabe bem.
Sabe-me a vida.
punhal de manhãs
carne sangue
e morte
que o silêncio fosse comum