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Das iludências

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Hoje depois de uns meses enfiado numa tarefa chata, comecei a meter o nariz de fora. E deparei-me com o seguinte

“Robin Williams era um ser humano excepcional, cheio de defeitos e contradições mas amável, disponível e dono de uma sensibilidade, humor e inteligência fora do normal, uma pessoa única, que deixa marcas indeléveis e muito para se ver, ouvir e sentir bem para além do ainda assim pouco tempo que por aqui andou. Sofrendo ou não, teve uma vida cheia e deixa belíssimas recordações.”

Sempre me espantou a facilidade com que se acha que se sabe de tudo. Quem escreveu isto deve ter visto alguns filmes, entrevistas e noticias do Robin Williams. Essa é a imagem fabricada para os medias pelos assessores de imprensa. Pode ser real ou não.

Quem sabe se batia na mulher, se gritava com os empregados. Se depois dum show no Jay Leno a rir, chorava no camarim?
O que me espanta são as certezas. É que o texto não diz “parecia ser” ou “acho que era”. Aquilo é certo, fala-se de quem nunca se viu em carne e osso como se fosse daqueles colegas de escola que se conhece há 20 anos.

E todas estas certezas espantam-te na mesma medida das minhas incertezas.

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