Quando voltava do almoço, passei por um baldio.
De repente, a terra que estava no chão começou a levantar-se em direcção ao céu.
Parecia que aspirada lá do alto. E céu adentro, desapareceu.
Estranho, pensei eu com os meu botões, o que me vai acontecer mais?
Ver água cair do céu como se por milagre, e desaparecer pelo chão adentro?
E não tiveste medo de ser engolido ou estavas a uma distância grande ou razoável?
Pergunto isto porque já tive essa sensação, foi mesmo por um triz… Tive muito medo e nunca mais me esqueci. É uma sensação terrível de impotência.
Não sou facilmente engolível 🙂
Viver é uma sensação terrível de impotência.
Água a cair do céu e a entrar chão dentro?
Não posso!
Isso, sim, seria um fenómeno do entroncamento – qual terra a subir ao céu!
Era bem capaz de trocar o pacote de bolachas que estou a enfardar no momento (mentirinha, tá?…) pela oportunidade de contemplar tal.
Que início de ano porreiro, pá.
A chuva é a prova que nos habituamos às coisas mais estranhas e bizarras.
Imagina que todos os dias caiam do céu cascos de carvalho às pintas cor de rosa. Ninguém reparava sequer. E assim nos habituamos às maiores merdas.
Ou como dizem os brasileiros a gente se acostuma
Estava agora a pensar. Há o reverso. Imagina que todos os dias fazes algo glorioso. Lindo. Vais fazer para o boneco porque ninguém vai ligar.
Ahhh! Agora percebi o outro post!
Claro que o wordpress, horroroso como só ele sabe ser, não me avisou da tua resposta, mesmo que eu tenha seleccionado lá em baixo a caixa respectiva, o que me leva a não me habituar ao estrupício e a ter carregadões de nervos sempre que aqui venho e qualquer dia deixo mesmo de comentar e lá se vai o algo lindo e maravilhoso que só eu produzo para a sarjeta com a água da chuva e os cascos do carvalho à pintinhas que eu fico mesmo lixada com isto!!!!!
respirar…
Who cares?
Olha a natureza. Todos os dias qualquer coisa bonita e maravilhosa acontece e nós, como bem dizes, já nem ligamos. Mas o mal é nosso, não da natureza. Somos nós que temos de fazer o esforço de nos maravilharmos continuamente com as coisas – que produzimos ou não; somos nós que nos temos de forçar a ver as coisas com outros olhos (como as crianças, como os bons poetas).
Se pensarmos sempre no impacto que vai causar nos outros, ficamos tolhidos e podemos perder a oportunidade de maravilhar alguém que nem esperávamos.
Olha lá, não é isto que acontece com os blogues?
🙂