Outra coisa que nunca percebi são as votações do melhor isto e do melhor aquilo.
Como se fosse possível dizer qual o melhor filme, ou a melhor musica ou seja ou que for.
Tem um pouco a ver com a tendência para as comparações. Este é melhor que este, ou do que aquele.
Acho que deve ter a ver com a competição, o querer ganhar. E que não tem nada a ver com aquele ensinamento antigo, de tentarmos ser melhor do éramos, em vez de tentar ser melhor do que os outros.
É que não vejo vantagem nenhuma nestes concursos. A única coisa importante mesmo, é saber se se gosta ou não. E eventualmente saber porquê.
O que gostamos mantemos à nossa beira. O resto, não.
O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; À roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso, «Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um Povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo; Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»
“D. João II de Portugal (Lisboa, 3 de maio de 1455 – Alvor, 25 de outubro de 1495) foi o décimo-terceiro Rei de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto D. Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.” (in wikipédia)
Sabes, ainda ontem estava a pensar sobre isso por causa de uma cena num filme que vi. Tenho muita dificuldade em quantificar o gosto/não gosto de um livro/filme/música/etc, porque eu olho para as coisas, por muito más que até sejam, à procura do que posso aprender ainda assim. E olha que já aprendi e tirei grandes lições de livros de gosto duvidoso e afins, e já li livros ditos elevados de onde não tirei nada. Qual deles é bom?
Avalio segundo o impacto que causa em mim, é um critério tão clínico e objectivo como outro qualquer.
Depende. Às vezes nem é.
quem me diz isso?
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Outra coisa que nunca percebi são as votações do melhor isto e do melhor aquilo.
Como se fosse possível dizer qual o melhor filme, ou a melhor musica ou seja ou que for.
Tem um pouco a ver com a tendência para as comparações. Este é melhor que este, ou do que aquele.
Acho que deve ter a ver com a competição, o querer ganhar. E que não tem nada a ver com aquele ensinamento antigo, de tentarmos ser melhor do éramos, em vez de tentar ser melhor do que os outros.
É que não vejo vantagem nenhuma nestes concursos. A única coisa importante mesmo, é saber se se gosta ou não. E eventualmente saber porquê.
O que gostamos mantemos à nossa beira. O resto, não.
(vou tentar saber quem é o tal D. João, sou um zero à esquerda em reis e rainhas 🙂
O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo;
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
“D. João II de Portugal (Lisboa, 3 de maio de 1455 – Alvor, 25 de outubro de 1495) foi o décimo-terceiro Rei de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto D. Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.” (in wikipédia)
Sabes, ainda ontem estava a pensar sobre isso por causa de uma cena num filme que vi. Tenho muita dificuldade em quantificar o gosto/não gosto de um livro/filme/música/etc, porque eu olho para as coisas, por muito más que até sejam, à procura do que posso aprender ainda assim. E olha que já aprendi e tirei grandes lições de livros de gosto duvidoso e afins, e já li livros ditos elevados de onde não tirei nada. Qual deles é bom?
Avalio segundo o impacto que causa em mim, é um critério tão clínico e objectivo como outro qualquer.
Acho que era esta a linha da tua ideia. 🙂