o que se faz nas ocasiões especiais, que toda a gente vê e aplaude, isso é fácil
difícil mesmo é o que não se vê, o que se faz sempre para ninguém
o que se faz nas ocasiões especiais, que toda a gente vê e aplaude, isso é fácil
difícil mesmo é o que não se vê, o que se faz sempre para ninguém
ouais, sans doute! 🙂
acertei? 🙂
tão estranho…
mas não é das estranhezas que me deixe mais feliz…
É mais ou menos com este sentido que digo que prefiro a normalidade ou o escorrer dos dias (não é dos dias iguais ou da rotina; é do que vai sucedendo/acontecendo e como nós e os outros somos nesse escorrer “descansado” dos dias).
A excepcionalidade de cada um revela-se mais nesta normalidade, na atenção e cuidado que se tem nos dias de nada a assinalar, em relação ao que se demonstra nos picos (de alegria ou de tristeza).
Sou quase indiferente às “datas feitas”; só não sou mesmo indiferente pelo respeito que tenho pelas pessoas de quem gosto muito e não pensam como eu no que diz respeito a isto..
De alguns agradecimentos/reconhecimentos que recebi na vida, souberam-me muito melhor os que disseram ‘o que fui fazendo’ em comparação com ‘o que fiz num determinado momento especial’.
Mas só se recebe elogios do que se foi fazendo, do cuidado diário, quando se vira uma página, se termina um ciclo ou há mudança de coordenadas. Já a outra categoria de elogios pode acontecer no início do percurso.
Não me interessa nada quem apenas se lembra e demonstra interesse no natal, nos anos… isso é escritório.
e a força para fazer o que não se vê, mesmo nos dias normais?
(Não sei se é mesmo uma pergunta à espera de resposta (minha, pelo menos)…)
Faço os possíveis por não alimentar os pensamentos do custar fazer as coisas, reduzindo ou relativizando a importância que têm no todo.
Gostava de saber mais de como isso se faz, mas como parece que é muito caso a caso, há duas ou três coisas que “aprendi / descobri” poderem funcionar.
O que é obrigação e não há como fugir de fazer, interessa aprender a fazer muito bem, e por isso exige mais dedicação inicial, para que possa despachar mais depressa e sem erros.
Quanto mais depressa fizer, mais tempo fica para o que gosto (nem que seja a acontecer primeiro na minha cabeça). O querer fazer bem não tem que ver só com o tempo que não se perde em eventuais correcções e com a satisfação de fazer bem (gosto de fazer bem; isso não me é indiferente), mas também está ligado a uma credibilidade facilitadora da independência. Se eu investir em fazer bem e empenhar-me em que tal aconteça, naturalmente coloco-me numa posição em que não preciso de vigilância para que o trabalho apareça a tempo e horas. Por outro lado, se houver um erro aceita-se melhor porque o trajecto feito indica que foi uma excepção.
Fazer coisas, nossas, de que se gosta muito, mesmo que seja em poucos minutos do relógio e nalguns dias; mas enquanto se está nisso, está-se mesmo lá.
Todos conseguimos algum tempo para isto e todos temos destas coisas que não implicam gastos.
Tentar, tentar, tentar mesmo, alinhar a vida com alguns desejos grandes de como gostaríamos que ela fosse. Isto pode ser complicado em vários aspectos e algumas vontades caírem entretanto, mas por pequenas mudanças que se consiga fazer, há um efeito transformador qualquer que faz sentir como melhor aquilo que gostamos e dar menos importância ao que se faz porque tem de ser.
Estes caminhos têm sempre a parte das perdas (a outra face dos ganhos) e da solidão. Preço a pagar.
sim, mas e a força? 😉 como cantava o sérgio godinho, que força é essa?