Porque não quero a barbárie que aconteceu ontem, hoje sou Sírio.
A Síria, um país com 18 milhões de habitantes, recebeu 2 milhões de refugiados, quase todos fugidos à guerra do Iraque.
Para se perceber a enormidade disto, a Europa com 750 milhões de habitantes e com as economias mais ricas do mundo, está a construir muros com arame farpado por causa de 200 mil refugiados.
Estima-se que por mês morram na Síria 1000 civis completamente inocentes. 5 milhões de pessoas (1 em cada 3 sírios) viram as suas cidades e casas destruídas e tiveram que fugir.
Não podemos ignorar a barbárie longe de casa, se não queremos que ela mais tarde ou mais cedo nos venha bater à porta. Para o bem e para o mal a globalização está aí.
Na Síria, tal como no Iraque, na Líbia e no Afeganistão a guerra começou e é alimentada por nós, ocidentais. Para trás deixamos o caos, e países onde nenhum de nós toleraria estar quanto mais viver.
Querendo, a guerra da Síria acaba amanhã. Querendo, o ISIS, a Alqaeda e os talibãs nunca teriam a força que têm.
Para que o que aconteceu em Paris nunca mais aconteça temos que querer.
E por isso, pelos parisienses, hoje sou Sírio.
Estou fartinha de dizer a mesma coisa em relação à guerra, a quem a provocou e aos refugiados. Como me sinto envergonhada por ser europeia.
Sejamos Sírios
Já somos pelo menos dois, fartos e com vergonha da europa.
Podemos cobrir-nos de vergonha, mas dificilmente saberemos o que é realmente ser sírio.
Proponho mandarmos o hollande, a merkel e o nobel da paz obama, passar lá um mezinho de férias, mas sem ser num bunker e protegidos por 57000 gorilas armados até aos dentes.
Acho que a ‘crise dos refugiados’ se resolvia num instantinho.
Resume-se tudo, no fundo, aos sapatos. (:
(faço o boneco ao contrário, pois que me enerva o amarelo dos bichos, quando são bem feitos)