Há pouco tempo li uma entrevista que Cristiano Mascaro (fotógrafo e arquitecto brasileiro) deu ao culture.pt em Abril de 2016, na qual a certa altura disse:
“Eu nunca estive interessado pela fotografia que denunciasse a pobreza, nem pela admiração à pobreza – essa é a tarefa dos repórteres fotográficos. Se eu fotografo a pobreza, é como se fosse uma evidência, um traço do modo de viver das pessoas em um lugar e tempo específicos. Eu não estou informando sobre um problema social. A fotografia no Brasil se foca em dois extremos – a estetização da pobreza e a exploração das tragédias, e isso é abordado pela fotografia jornalística, ou fotografia da natureza, da beleza da floresta amazônica, das suas floras e faunas exóticas. E entre esses extremos há o espaço da vida cotidiana, que eu procuro me focar. Iluminar essa realidade, fazê-la mais estética, elevá-la ao nível da arte.”
“Iluminar essa realidade”, que ele refere, era onde eu queria chegar.
(Reproduzi o excerto para contextualizar.)
Neste caso que fala de pobreza como poderia ser de outras realidades problemáticas, apanhar-lhes o belo – e o belo tem de ter luz – não tem de ser uma forma de as branquear como por vezes são interpretados esses exercícios. Pelo contrário, cumpre-se uma função social, mesmo não sendo esse o objectivo primeiro do trabalho. A sensibilização também se faz assim.
Foi muito pela forma como capta essas realidades que tive vontade de explorar mais o trabalho deste fotógrafo e saber sobre o que está à volta.
Isto faz-me pensar mais…
Por exemplo, que no mau também se apanha o bom (o inverso também sucede, mas talvez não seja tão ‘perceptível’), que a noção dos contrastes permite avaliar com mais sensatez, que há que agarrar um reduto de luz que nos faça prosseguir e isto não é nenhum lirismo.
Felizmente não estás como eu.
Só há escuridão e por mais que faça não consigo ‘fazer parecer que há luz’
era mais fácil assim
Assim que li, ocorreu-me o que vou contar.
Há pouco tempo li uma entrevista que Cristiano Mascaro (fotógrafo e arquitecto brasileiro) deu ao culture.pt em Abril de 2016, na qual a certa altura disse:
“Eu nunca estive interessado pela fotografia que denunciasse a pobreza, nem pela admiração à pobreza – essa é a tarefa dos repórteres fotográficos. Se eu fotografo a pobreza, é como se fosse uma evidência, um traço do modo de viver das pessoas em um lugar e tempo específicos. Eu não estou informando sobre um problema social. A fotografia no Brasil se foca em dois extremos – a estetização da pobreza e a exploração das tragédias, e isso é abordado pela fotografia jornalística, ou fotografia da natureza, da beleza da floresta amazônica, das suas floras e faunas exóticas. E entre esses extremos há o espaço da vida cotidiana, que eu procuro me focar. Iluminar essa realidade, fazê-la mais estética, elevá-la ao nível da arte.”
“Iluminar essa realidade”, que ele refere, era onde eu queria chegar.
(Reproduzi o excerto para contextualizar.)
Neste caso que fala de pobreza como poderia ser de outras realidades problemáticas, apanhar-lhes o belo – e o belo tem de ter luz – não tem de ser uma forma de as branquear como por vezes são interpretados esses exercícios. Pelo contrário, cumpre-se uma função social, mesmo não sendo esse o objectivo primeiro do trabalho. A sensibilização também se faz assim.
Foi muito pela forma como capta essas realidades que tive vontade de explorar mais o trabalho deste fotógrafo e saber sobre o que está à volta.
Deixo o link para a entrevista: http://culture.pl/pt/article/rastreando-cidades-entrevista-com-cristiano-mascaro
Isto faz-me pensar mais…
Por exemplo, que no mau também se apanha o bom (o inverso também sucede, mas talvez não seja tão ‘perceptível’), que a noção dos contrastes permite avaliar com mais sensatez, que há que agarrar um reduto de luz que nos faça prosseguir e isto não é nenhum lirismo.
escuro na luz
Não, não é nenhum lirismo, Isabel Pires.
Obrigada, foi a palavra certa na boa altura 🙂