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O rapaz raro

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Mesmo nos filmes da treta há citações sem ser da treta

‘Casamos porque precisamos de alguém que testemunhe a nossa vida’

Ser a Susan Sarandon a dizê-lo, ajuda.

susan sarandon

14 comments

  1. Não e lembro qual é o filme, mas li isso no outro dia no fb e incomodou-me. Fiquei a pensar no porquê.
    E se eu não casar e não viver com ninguém, ninguém assiste à minha vida? os amigos não contam? e isso será tão importante que entremos na mais difícil relação entre seres humanos?
    Não me parece. Acho, aliás, que os filhos são quem mais testemunha e dá testemunho da nossa vida.
    E continuo a não achar que esse testemunho ,seja ele qual for, seja assim tão significante

    1. Testemunhar as coisas, pequenas e grandes, que acontecem, fazemos e pensamos implica um acompanhamento e uma presença constante e próxima, precisa desse ‘viver junto’.

      As mulheres mais que os homens, ás vezes têm a melhor amiga, estão sempre juntas e a falaram-se, o que se pode aproximar, mas não é a mesma coisa.

      Os filhos, aos 15 anos querem lá saber dos pais, querem é estar com os amigos.

      Podes dizer que montes de malta que vive junto sem viver junto e são tudo menos testemunhas um do outro, e tenho de concordar.

      Mas para alguns funciona.

  2. Não me parece que uma coisa tenha a ver com a outra.
    Mas isso sou eu, que de casamentos percebo pouco.

  3. Não tem a ver com casamento por si: Quando se esta´no trabalho ‘representamos’ para um publico, quando se está com amigos a beber para outros, cada um vê uma versão diferente, uma parte de ti.

    Mas tu és isso tudo e mais aquilo que está fora dessas esferas. E quem viva contigo e testemunhe a tua vida, sabe e interessa-se pelo que se passa no trabalho, conhece os teus amigos, assiste a tudo. Sem ficar um bocameloso, que acho que estou a ficar :), é um bocadinho daquela cena dos bons e maus momentos.
    Não digo de todos porque isso ninguém suporta

    1. Todos padecemos dessa enfermidade que é a heteronímia. 🙂

      Agora tocaste no nervo: para que haja esses testemunho, é preciso que haja interesse; não havendo, são apenas um par/casal a assistir episodicamente à vida do outro.

      Mas, pronto, eu entendi o que quiseste dizer.
      E deve ser bom ter uma vida assim. Pessoalmente, desconheço. 🙂

  4. Não estou a dizer que o casamento, entendendo por casamento viver com, não funciona.
    Não percebo é porque é necessário esse testemunho. Sei que é fácil falar quando se é casada e se tem filhos, mas, pessoalmente, não preciso desse testemunho, nem é por isso que continuo casada.
    Enquanto filha, sei que o afastamento dos filhos é importante , mas que voltam.
    Devo ser eu que sou muito independente, mas não estou de acordo

    1. É bonito dizer-se que devemos fazer as coisas por nós, e não pelos elogios que se podem obter dos outros.

      Mas esse reforço, o reconhecimento dos nossos actos é importante. Por vezes faço coisas para as quais olho e penso, porra está bonito. E chega-me.
      Outras vezes não, confesso que me faz falta reconhecimento exterior.

      Tu talvez não sintas tanto essa necessidade, ou a tenhas plenamente satisfeita o que é muito bom.

      E acho que desviei um bocado da intenção da citação inicial, mas que se lixe 🙂

  5. Acho que o que me não agrada é a parte egoísta do testemunho e o haver uma confusão entre amar e testemunhar.
    Já vivi sozinha e gostei muito.

    1. Talvez não esteja a ver ou a perceber bem, mas uma coisa e outra são diferentes e não se atrapalham. E não estou ver bem a parte egoísta do testemunho.

      O viver ou não sozinho é como tudo, tem vantagens e desvantagens. Tenho a ideia nunca experimentada de viver junto em casa diferentes. Top no 2º esquero e no 2º direito.
      Pode-se estar sozinho e gozar aquela liberdade que só tem tem qd não está mais ninguém. Ou quando se precisa de estar só.
      E quando se quer chegar a casa e ter lá alguém para falar, pode-se ter.

  6. Presumo que aqui a referência ao casamento é uma metáfora. Casamento significando os outros, quer seja o cônjuge ou não.
    Acredito que existimos porque existem os outros (e não em função dos outros), porque é muito na interacção que nos fazemos.
    Tenho ambas as experiências: viver só e casamento. A solidão ou ausência dela não passa necessariamente por se estar de um lado ou do outro.

  7. Sim, não será necessariamente o cônjuge mas não acho sejam os ‘outros’.

    Tal como concordo com a importância da interacção (o 1+1=3) mas é também preciso também o reforço positivo, o reconhecimento que vem dos outros sem isso signifique viver em função dos outros.

    Quanto ao final, mais uma vez estamos de acordo 🙂

  8. Estou de acordo com a Isabel Pires.
    Cozinho bem, e gosto que elogiem o que faço, desde que seja alguém que saiba comer, mas tanto faz que seja marido, filhos ou amigos/as.

  9. Fiquei a pensar no que é saber comer ?!?

  10. É saber quando está ou não bem feito. tenho visto, muitas pessoas, acharem que é bom e o que não é. Para essas não vale a pena cozinhar. Ou, por exemplo, beberem um bom vinho e não fazerem qualquer comentário e oito dias depois dizerem que beberam o melhor vinho do mundo porque o pagaram num restaurante 🙂

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