Vou fazer uma experiência
Se não disser nada, até onde me enches o copo?
Dava jeito ter um gravador de pensamentos
Até a vingança
sirvo quente
Que fazer?
…
Ai liberdade
doce liberdade
sou teu
Vade retro Satanás
afastai o ridículo que há em nós
Gosto de quem corre ao sol
Até que as unhas me caiam
há coisas que não faço
senão para que quero as unhas?
Se não aproveitar quando posso
é quando não posso que vou aproveitar?
Será que a malta ainda não percebeu?
Que nunca vamos vencer a máquina?
E que quem domina a máquina, nos domina a nós?
a malta ouve, mas não escuta
Até ao cimo, de modo a pegares para beber sem entornar.
sabes que é uma arte e um equilíbrio
o encher encher até passar a borda do copo, e não entornar
a outra é o bebe-lo sem desperdiçar uma gota 🙂
Também te encheria o copo…às primeiras vezes. Não sei quantas primeiras vezes.
Até de olhos fechados te confiava a garrafa 🙂
Até agora, só me vinguei duas vezes e foi sempre a quente
pensando bem, não sei a que propósito vem o dizer que a vingança se serve fria
Já tenho pensado no conceito de vingança, no que se traduz na prática…
Normalmente está associada a uma moeda de troca do ofendido dirigida a quem ofendeu, com uma acção mais ou menos equivalente à da ofensa; uma acção deliberada para pagar algo mau, com algo mau.
Mas tenho dúvidas se não haverá um nível mais subreptício, intencional ou não, de vingança. Aquela que se traduz na ligação distante, desconfiada, indiferente, ou até corte de ligação, com as pessoas que se considera terem ofendido.
Não tenho ideia de ter construído alguma acção que se encaixe naquele primeiro nível, o mais óbvio; nem por brincadeira. E nem sequer chego a pensar na questão moral de não dever ser ou coisa do género. É por total desinteresse pela coisa e por economia de energia, por gestão de recursos (a energia que não gastar nisso, serve para investir no que quero e gosto).
Não me dá prazer (às vezes ouço falar, com deleite, das vinganças); e ligando ao frio/quente do assunto, para mim é qualquer coisa equivalente a sem temperatura.
À volta disto, há uma coisa ‘engraçada’ que costuma vir dos ultra-sensíveis, os que se ofendem por tudo (e muito com opiniões discordantes): atirarem para quem julgam que os ofendeu, normalmente com plateia, física ou não, com o objectivo de intimidarem o outro lado e assim ganharem mais força. Coisa dos mais fracos, embora possa não parecer.
Nessas alturas é bem importante lembrar a tal economia de recursos.
É a vingança pela ausência de vingança.
Ofender-se por tudo é chato, muito chato. E uma enorme pobreza.
sirvo a vingança bem fria após pensar nela maduramente…
a máquina está bem oleada por isso a malta não topa as ferragens obsoletas
a cair de podre, por assim dizer
a verdade é que a malta t’a-se marimbando para a máquina
pobres coitados querem lá saber se a máquina anda ou para
não percebem que a máquina são eles e a criação é deles próprios
por isso o que os espera é totalmente desesperante a máquina irá parar
e eles a cair que nem tordos vão ficar extremamente surpreendidos
e a dizer «não fui eu»
“a máquina são eles e a criação é deles próprios”
na mouche!