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quarenta e sete e um

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Naquele dia a morte instalou-o
confortavelmente no céu. Lá se foi
com seus modos humanos, seus caprichos
e um notório acanhamento em público
(há-de a princípio faltar-lhe à-vontade entre os anjos).

 

Acho mais graça às redes pessoais que às redes sociais.
Estou nas redes sociais para não ser um primata.
Mas estou com a falta de à-vontade natural nos primatas.

 

4 comments

  1. Conhecemos o mundo (conhecemos?) e não conhecemos os vizinhos da rua, do prédio…

    1. Um dia destes ouvi na rádio um gajo duma banda qualquer a descrever o que era a rotina dele no ‘antigamente’
      Era sair e passar na casa do Kid e depois irem a casa do Zé Alberto.
      Ou então para o café do costume, onde o pessoal aparecia.

      Agora os encontros são em grande parte no telefone.
      Não se vai a casa do Kid e do Zé Alberto. Trocam-se mensagens com A X Q L X M L O M N Q R e S.

      Graças a deus não será no meu tempo. Dois enamorados acariciam-se esfregando os telemóveis pelo corpo.

  2. Até no trabalho, estando-se fisicamente próximo das pessoas, verifico que se está a instalar a tendência do enviar mail, mensagem, para tratar de uma coisa da treta que se pode resolver com palavras ao vivo e presença.

    É muito raro andar pelas redes, a não ser que precise de contactar uma pessoa que apenas consigo por ali.
    Mas também é muito raro ter esse tipo de convívio do antigamente. E a mim aplica-se literalmente o facto de não conhecer os vizinhos.
    (Mas a raridade que me acontece desse convívio à antiga é muito boa.)

    Oiço relatar que há bastante interacção desse tipo via hangouts, e sei que há pessoas que só funcionam assim no departamento do “amor” (tem aspas, não me crucifiquem).

    1. No trabalho não me importa muito que existam relações maquinais.

      Mas fora dele não é bom perder-se a riqueza do contacto pessoal.

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