Há uns anos, no trabalho, tínhamos um grupo de cantigas e a “Balada da Rita”, e outras do Sérgio, faziam parte do nosso repertório.
Estou a lembrar-me de outra que cantávamos e que gosto muito:
A noite passada
A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas “sou gaivota e fui sereia”
ri-me de ti “então porque não voas?”
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste
A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos
A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho “olá”,
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste “ainda bem que voltaste”
Há cerca de três anos vi quase de seguida três espectáculos do Sérgio.
Dois em sala, num registo intimista; o outro numas festas da cidade.
Gostei muito dos primeiros e quase nada do terceiro.
Não foi pelo alinhamento, que até nem foi muito diferente, mas pelo que se percepciona de o artista estar ou não confortável.
Julgo que não é apenas opinião minha que o Sérgio não se destacou tanto pela voz, mas sim mais pela qualidade interpretativa que vai para além da voz, pela forma como nos faz chegar as suas bonitas letras e músicas, e isso nem sempre se compatibiliza bem com ambiente de arraial.
Há uns anos, no trabalho, tínhamos um grupo de cantigas e a “Balada da Rita”, e outras do Sérgio, faziam parte do nosso repertório.
Estou a lembrar-me de outra que cantávamos e que gosto muito:
A noite passada
A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas “sou gaivota e fui sereia”
ri-me de ti “então porque não voas?”
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste
A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos
A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho “olá”,
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste “ainda bem que voltaste”
Há cerca de três anos vi quase de seguida três espectáculos do Sérgio.
Dois em sala, num registo intimista; o outro numas festas da cidade.
Gostei muito dos primeiros e quase nada do terceiro.
Não foi pelo alinhamento, que até nem foi muito diferente, mas pelo que se percepciona de o artista estar ou não confortável.
Julgo que não é apenas opinião minha que o Sérgio não se destacou tanto pela voz, mas sim mais pela qualidade interpretativa que vai para além da voz, pela forma como nos faz chegar as suas bonitas letras e músicas, e isso nem sempre se compatibiliza bem com ambiente de arraial.
Eu acho que ele fala mais do que canta, e é mais compositor que cantor