Depois abro
porque para conduzir é preciso
vejo um velhote a atravessar a rua todo a balançar, receio que cai para trás
nisto um puto atravessa para o outro lado aos piparotes, receio que caia para a frente
Ambos parecem que dançam, mas de um tem-se quase pena, e do outro quase inveja, porquê?
É certo que o puto se quisesse faria a dança a do velho e o velho não conseguia a dança do puto. Verdade.
Não sendo um nem outro, tenho que defender o segundo por inevitabilidade cronologica.
Faz parte do registo de interesses que todos nós devíamos fazer.
Quando era puto tinha tantas necessidades e dependências.
Era livre de pular mas era muito menos livre no que fazia e principalmente no que pensava.
A crueldade ou o absurdo da vida é esta
Sou mais livre nas escolhas que faço
mas por outro lado tenho menos escolhas