Manifesto Utópico-Ecológico em Defesa da Poesia e do Delírio
Invocação
Ao Grande deus Dagon de olhos de fogo, ao deus da vegetação Dionisos, ao deus Puer que hipnotiza o Universo com seu ânus de diamante, ao deus Escorpião atravessando a cabeça do Anjo, ao deus Luper que desafiou as galáxias roedoras, a Baal deus da pedra negra, a Xangô deus-caralho fecundador da Tempestade.
Eu defendo o direito de todo ser Humano ao Pão & à Poesia
Por isso em nome da saúde mental das novas gerações eu reivindico o seguinte:
1 – Transformar a Praça da Sé em horta coletiva & pública.
2 – Distribuir obras dos poetas brasileiros entre os garotos (as) da Febem, únicos capazes de transformar a violência & angústia de suas almas em música das esferas.
3 – Saunas para o povo.
4 – Construção urgente de mictórios públicos (existem pouquíssimos, o que prova que nossos políticos nunca andam a Pé) & espelhos.
5 – Fazer da Onça (pintada, preta & suçuarana) o Totem da nacionalidade. Organizar grupos de Proteção à Onça em seu habitat natural. Devolver as onças que vivem trançadas em zoológicos às florestas. Abertura de inscrições para voluntários que queiram se comunicar telepaticamente com
as onças para sabermos de suas reais dificuldades.
6 – Criação de uma política eficiente & com grande informação ao público em relação aos Discos-Voadores. Formação de grupos de contato & troca de informação. Facilitar relações eróticas entre terrestres & tripulantes dos OVNIS.
7 – Nova orientação dos neurônios através da Gastronomia Combinada & da Respiração.
8 – Distribuição de manuais entre sexólogas (os) explicando por que o coito anal derruba o Kapital
9 – Banquetes oferecidos à população pela Federação das Indústrias.
10 – Provocar o surgimento da Bossa-Nova Metafísica & do Pornosamba. O Estado mantém as pessoas ocupadas o tempo integral para que elas NÃO pensem eroticamente, libertariamente. Novalis, o poeta do romantismo alemão que contemplou a Flor Azul, afirmou: Quem é muito velho para delirar evite reuniões juvenis. Agora é tempo de saturnais literárias.
1974