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Teresa Salgueiro

E as vozes embarcam num silêncio aflito

Que amor não me engana
Com a sua brandura

Se da antiga chama
Mal vive a amargura
Duma mancha negra
Duma pedra fria

Que amor não se entrega
Na noite vazia?

E as vozes embarcam
Num silêncio aflito

Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito

Muito à flor das águas
Noite marinheira

Vem devagarinho
Para a minha beira
Em novas coutadas
Junta de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera
Assim tu souberas
Irmã cotovia
Dizer-me se esperas
Pelo nascer do dia

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